Saúde

Câncer de mama: médica aponta 6 verdades pouco conhecidas sobre a doença

Médica oncologista esclarece informações importantes e pouco conhecidas sobre o câncer de mama, destacando fatores de risco, sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Anna Tarazevich | Pexels

O câncer de mama é uma das doenças mais prevalentes entre as mulheres, sendo uma das principais causas de morte relacionada ao câncer em todo o mundo. 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para o Brasil é que aproximadamente 73 mil novos casos da doença sejam diagnosticados anualmente entre 2023 e 2025. 

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Além disso, a campanha Outubro Rosa, que ocorre todos os anos, tem um papel importante na conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce desse tipo de câncer.

No entanto, apesar da ampla divulgação sobre a doença, ainda há muitas informações que passam despercebidas ou são desconhecidas pela maioria das pessoas. 

A médica oncologista Virgínia Altoé Sessa, especialista no tratamento do câncer de mama, destacou seis verdades importantes, porém pouco conhecidas, que podem ajudar a aumentar a compreensão sobre essa doença e auxiliar na detecção precoce. 

Abaixo, exploramos essas verdades que podem fazer toda a diferença na luta contra o câncer de mama.

06 VERDADES POUCO CONHECIDAS

1 - Apenas 10% dos casos de câncer de mama são hereditários

Um dos grandes equívocos sobre o câncer de mama é a crença de que a doença está fortemente ligada ao histórico familiar. Embora seja verdade que mutações genéticas herdadas, como as do gene BRCA1 ou BRCA2, possam aumentar o risco de desenvolver câncer de mama, apenas cerca de 10% dos casos têm uma relação hereditária.

"Isso significa que a maioria das mulheres diagnosticadas com câncer de mama não tem histórico familiar direto da doença", explica Virgínia Sessa. 

Ou seja, não ter parentes próximos com câncer de mama não exclui o risco de desenvolver a doença. É crucial que todas as mulheres, independentemente de histórico familiar, mantenham-se atentas aos sinais e sigam as recomendações médicas para exames regulares.

Foto: Reprodução/Freepik

2 - Sobrepeso aumenta o risco de câncer de mama

Outro fator que muitas vezes é subestimado é a relação entre o sobrepeso e o risco de câncer de mama. O excesso de gordura corporal pode contribuir para o aumento dos níveis de estrógeno no corpo, hormônio que tem ligação direta com o desenvolvimento de alguns tipos de câncer de mama.

“Manter o peso saudável é fundamental, já que a obesidade e mesmo o sobrepeso podem aumentar significativamente o risco”, aponta a médica.

 O controle do peso, combinado com hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos, é uma forma eficiente de prevenção.

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3 - Mamas densas exigem maior atenção

A densidade mamária também é um fator pouco discutido, mas que pode dificultar o diagnóstico do câncer de mama. Mamas com uma alta densidade, ou seja, com mais tecido glandular do que gordura, podem dificultar a visualização de tumores em exames de imagem, como a mamografia.

Felizmente, novas tecnologias de exames estão permitindo que a detecção seja mais precisa, mesmo em mulheres com mamas densas. 

“É importante que as pacientes saibam disso e, ao realizar seus exames, discutam com seus médicos qual a melhor abordagem para garantir um diagnóstico eficiente”, explica a oncologista.
Foto: stefamerpik/Freepik

4 - Caroços nas axilas também podem ser sinais de alerta

Ao se falar de câncer de mama, o foco geralmente está em alterações na mama propriamente dita. No entanto, nódulos na axila também podem ser um sinal de alerta importante. 

"Os gânglios linfáticos localizados na axila podem ser os primeiros a apresentar alterações em casos de câncer de mama, e muitas vezes as pacientes ignoram essas alterações", destaca a Dra. Sessa.

Se uma mulher notar qualquer alteração, como nódulos ou inchaços persistentes na região das axilas, é importante procurar um médico para avaliação. O exame clínico e os exames de imagem são fundamentais para esclarecer se há uma ligação com o câncer de mama.

5 - Nódulo doloroso também pode indicar câncer

Um mito comum é que o câncer de mama não causa dor. Embora a maioria dos nódulos cancerígenos sejam indolores, alguns podem, sim, provocar dor. Segundo Virgínia Sessa, é possível que o tumor cause desconforto devido à sua localização ou pelo crescimento em áreas próximas aos gânglios linfáticos, por exemplo.

"Nem todo nódulo doloroso será um câncer, mas ele também não deve ser ignorado", reforça a médica. 

Qualquer alteração nas mamas, dolorosa ou não, precisa ser investigada o mais rápido possível por um especialista.

Foto: Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde

6 - Consumo de álcool aumenta o risco de câncer de mama

O consumo regular de álcool é um fator de risco conhecido, mas frequentemente minimizado pelas pessoas. Beber diariamente, mesmo em pequenas quantidades, pode aumentar o risco de câncer de mama. E o risco é ainda maior se o consumo de álcool ocorrer durante a juventude, quando o tecido mamário está em desenvolvimento.

“O tecido mamário em desenvolvimento é mais vulnerável aos efeitos prejudiciais do álcool”, alerta Virgínia Sessa. 

Além disso, combinar o consumo de álcool com outros fatores de risco, como obesidade e tabagismo, pode potencializar a chance de desenvolvimento da doença.

Foto: Anna Tarazevich | Pexels

PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO PRECOCE

Essas seis verdades revelam que a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama vão muito além do autoexame e do histórico familiar. O estilo de vida, os fatores de risco ambientais e até as características individuais de cada mulher, como a densidade mamária, têm um papel significativo no risco de desenvolver a doença.

Campanhas como o Outubro Rosa são essenciais para lembrar às mulheres da importância dos exames regulares, como a mamografia. 

"O autoexame é importante, mas não substitui a mamografia, que é o exame de rastreio mais eficaz para detectar o câncer de mama ainda em estágio inicial", explica a médica. 

Quanto mais cedo a doença é identificada, maiores são as chances de cura, podendo ultrapassar 80%.

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Outro ponto crucial é a importância de manter consultas regulares com um médico, especialmente se houver qualquer sinal suspeito, como alterações na pele da mama, no mamilo, ou surgimento de nódulos, seja na mama ou na axila.

O câncer de mama é uma doença grave, mas que pode ser tratada com sucesso quando detectada precocemente.