Como funciona a cirurgia para emagrecer por endoscopia? Veja preço e quem pode fazer
A gastroplastia endoscópica é um procedimento moderno utilizado no tratamento da obesidade; entenda como funciona
A gastroplastia endoscópica, também chamada de endosutura gástrica, é um procedimento moderno utilizado no tratamento da obesidade. Embora não seja tecnicamente uma cirurgia, envolve a aplicação de pontos na parede gástrica por meio de endoscopia, resultando em uma redução de cerca de 60% da capacidade do estômago. Isso faz com que o paciente se sinta saciado mais rapidamente, consumindo menos alimentos e, consequentemente, perdendo peso.
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O procedimento, que ganhou popularidade no Brasil entre 2016 e 2017, não envolve cortes externos, cicatrizes ou remoção de partes do estômago, tornando-o menos invasivo do que as cirurgias bariátricas convencionais, como o bypass gástrico ou a sleeve.
A gastroplastia endoscópica é realizada com o auxílio do equipamento Overstitch™, aprovado pela ANVISA, e dura cerca de uma hora, com alta hospitalar em até quatro horas após o procedimento. Veja como é feito o procedimento:
Vantagens e desvantagens da gastroplastia endoscópica
Entre as principais vantagens da gastroplastia endoscópica estão os menores riscos de complicações, recuperação rápida e a possibilidade de reverter o procedimento, se necessário.
Além disso, como não envolve remoção de órgãos, o paciente pode optar por outra abordagem, como a cirurgia bariátrica, posteriormente. Contudo, há desvantagens que devem ser levadas em consideração.
Uma das principais limitações é que a perda de peso proporcionada pela endosutura gástrica é inferior à de procedimentos bariátricos tradicionais, como o bypass ou a sleeve.
Outra desvantagem é que os pontos podem afrouxar com o tempo, e o método não é indicado para tratar comorbidades severas, como diabetes, pressão alta ou refluxo gastroesofágico.
Além disso, o procedimento não é coberto pelos planos de saúde e seu custo pode variar entre R$ 30 mil e R$ 60 mil, dependendo da clínica e dos profissionais envolvidos.
Indicações e contraindicações
A gastroplastia endoscópica é indicada para pessoas com obesidade grau 1 e 2, que não possuem comorbidades graves e que não obtiveram sucesso com métodos convencionais de emagrecimento, como dieta e exercícios.
Também é uma opção para pacientes que não desejam ou não podem se submeter a cirurgias mais invasivas, como o bypass gástrico. Em alguns casos, a técnica pode ser utilizada para pacientes que não tiveram sucesso com o balão intragástrico.
As contraindicações são poucas, mas incluem pacientes com problemas cardíacos que não podem ser expostos à anestesia geral ou que apresentam condições clínicas que desaconselhem o procedimento.
Riscos e recuperação
Embora os riscos sejam baixos, a gastroplastia endoscópica envolve os mesmos perigos relacionados à anestesia geral e, em casos raros (menos de 1%), pode haver sangramentos ou obstruções.
Nos primeiros dias após o procedimento, é comum o paciente sentir dores abdominais, náuseas e vômitos, sintomas que geralmente desaparecem após dois ou três dias com o uso de medicamentos prescritos.
A recuperação é rápida, com o paciente podendo retomar suas atividades normais após três dias de repouso. Para atividades físicas moderadas, o retorno acontece em cerca de duas semanas.
Alimentação pós-operatória
Após a gastroplastia endoscópica, é fundamental seguir uma dieta específica para garantir a adaptação do estômago reduzido e otimizar a perda de peso. A alimentação líquida é recomendada nas primeiras duas semanas, seguida por uma dieta pastosa e, posteriormente, a reintrodução gradual de alimentos sólidos ao longo de dois meses.
Esse acompanhamento é essencial para evitar complicações, como o rompimento das suturas, e para garantir que o paciente adote hábitos alimentares saudáveis a longo prazo.
Comparação com a cirurgia bariátrica
Embora a gastroplastia endoscópica e a cirurgia bariátrica tenham como objetivo a perda de peso, há diferenças significativas entre os dois procedimentos. A cirurgia bariátrica é mais invasiva, envolvendo a remoção de partes do estômago e a criação de desvios intestinais, o que resulta em uma perda de peso mais significativa e no tratamento de comorbidades graves.
A gastroplastia endoscópica, por sua vez, é uma opção menos invasiva, indicada para pacientes com IMC a partir de 30 sem comorbidades ou com comorbidades leves, como apneia do sono e pressão arterial elevada.
No entanto, pacientes com IMC superior a 35 e comorbidades severas, como diabetes, geralmente são indicados para a cirurgia bariátrica. Além disso, quem tem IMC acima de 40 (obesidade grau 3) não precisa apresentar comorbidades para ser candidato à cirurgia.
Custos e cobertura pelo plano de saúde
Como mencionado anteriormente, o valor da gastroplastia endoscópica pode ser um fator limitante, já que o procedimento não é coberto pelos planos de saúde e também não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Embora a cirurgia bariátrica tenha cobertura dos planos de saúde, é importante verificar com o convênio sobre a possibilidade de cobertura para tratamentos de obesidade e a existência de uma rede credenciada para o procedimento.
A gastroplastia endoscópica representa uma alternativa promissora para o tratamento da obesidade, especialmente para aqueles que buscam um procedimento menos invasivo e com uma recuperação mais rápida do que as cirurgias bariátricas tradicionais.
No entanto, é essencial que o paciente esteja comprometido em seguir um estilo de vida mais saudável após o procedimento, com mudanças permanentes na alimentação e nos hábitos físicos, para garantir o sucesso a longo prazo.
Por fim, o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar é fundamental para o sucesso do tratamento. Endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e orientadores físicos desempenham papéis cruciais no suporte ao paciente antes e após o procedimento, ajudando a garantir uma perda de peso sustentada e uma melhora geral na qualidade de vida.