SAÚDE EM F´ÓRUM

Saúde baseada em valor: tendência mundial é debatida em fórum em Vitória

Tema foi discutido no Saúde em Fórum, nesta sexta-feira (27), no Hotel Sheraton, em Vitória; evento reuniu profissionais da área em busca de soluções para o setor

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Ana Carolina Monteiro/Folha Vitória

O aumento da expectativa de vida e da população, além dos custos maiores diante de uma medicina cada vez mais tecnológica de média e alta complexidade, têm levado a um novo movimento na área da saúde: a do conceito de saúde baseada em valor (SBV). 

Setores público e privados precisam buscar mecanismos eficazes para que a conta feche, garantindo, assim, que os gastos com a saúde possam ser feitos nas intervenções que gerem maiores impactos. 

De modo geral, a SBV tem por objetivo priorizar a qualidade do atendimento, proporcionando resultados mais eficazes e benefícios aos pacientes, otimizando recursos na saúde.

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Esse foi um dos temas amplamente debatidos durante a quarta edição do Saúde em Fórum "Conectando quem produz Saúde".

Pioneiro no Espírito Santo, o evento aconteceu nesta quinta-feira (24), no Hotel Sheraton, em, Vitória. O encontro reuniu 150 convidados dos realizadores e patrocinadores, entre executivos e investidores das principais instituições de saúde do estado e do país. Em pauta: a Gestão da Qualidade em Saúde.

Segundo Alice Sarcinelli, diretora-executiva do evento, o tema central, é indispensável para discutir a sustentabilidade do sistema de saúde. Para Alice, o SBV é uma tendência mundial, porém, no Brasil, começa a dar os primeiros passos.

"A gente fala de uma população que vive cada vez mais. As doenças crônicas estão acometendo cada vez mais essa população com a longevidade e a gente precisa que todos os stakeholders, toda a cadeia produtiva do setor se mobilize e tenha resultados do tamanho dos investimentos que são colocados nele. Seja pelo ente público, pelo ente privado, a gente tem que olhar para a sustentabilidade com um resultado na saúde da população, mas também na saúde das empresas."

Gestão da qualidade e fortalecimento nos hospitais filantrópicos

Quando se fala em gestão da qualidade, o setor acredita que esteja exatamente neste quesito a solução para tantos entraves e gargalos enfrentados atualmente. 

Alice destaca que a ideia é a de que ao mudar o modelo remuneratório, saindo do atual "fee for service", (modelo de produzir para ganhar - adotado pelos planos de saúde) e passar a ser contemplada a lógica de resultado para o centro do cuidado (o cliente), para remunerar, todos saiam se beneficiando. 

"O relacionamento se torna mais saudável, mais confiável e a medida que isso chega ao paciente a gente consegue enxergar melhor". Inclusive, há 2 anos, o governo capixaba 

A respeito do modelo de saúde baseado em valor, desde 2022, o governo do Estado tem pactuado com 20 hospitais filantrópicos no Espírito Santo que representam quase 90% dos atendimentos do SUS e dos leitos do SUS.

"É um caminho sem volta e é um caminho a se comemorar. O que a gente está aqui debatendo são as dificuldades de implementação desse modelo, o que que a gente ainda precisa fazer, ter de lição de dever de casa e como levar isso também para um diálogo entre o público e o privado."

Concentração de profissionais cria "desertos" de saúde no interior capixaba

Dentre os inúmeros desafios do setor da saúde capixaba, está o de interiorização da saúde. No último mês de setembro, uma pesquisa apresentada no auditório da Fecomércio-ES, retratou o panorama da saúde capixaba no período de 2020-2024. 

O número de estabelecimentos de saúde apresentou um aumento de 32% nos últimos 5 anos, inclusive, superando a média nacional (21,3%). Em sua maioria são privados, com gestões municipais e a grande maioria, 77%, não possuem convênio com o SUS. A concentração dos profissionais de saúde é maior nas grandes cidades.

Porém, é a concentração desses estabelecimentos em determinadas regiões que mais chama a atenção: para todos os anos analisados, a região que concentra o maior número deles é a metropolitana, com 4.608, o que corresponde a 48,01% do total do Estado.

Segundo a pesquisa, reflexo da alta densidade populacional e, portanto, grande demanda de serviços.

Contar histórias conectando pessoas 

Na abertura do evento, Alexandre Carvalho, superintendente de Conteúdo da Rede Vitória, falou sobre o compromisso da empresa com a saúde ao usar suas multiplataformas para contar histórias, conectando pessoas.

A Rede Vitória é composta por 4 veículos de comunicação: a TV Vitória, com sete horas e meia de programação regional diária, segunda emissora da Record em termos de audiência em relação ao Brasil, o jornal Folha Vitória, "o jornal mais plural e mais lido do estado", segundo Carvalho e duas rádios, a Jovem Pan e a Jovem Pan News.

"É por meio dessas plataformas, justamente, que a gente tem tentado contar histórias que conectem as pessoas, que toquem as pessoas, a gente acredita nisso. A gente acredita que contar boas histórias, trazer para o debate público assuntos de interesse público é transformador. Por isso a importância desse Fórum. É importante dizer que o Saúde em Fórum é um pontinho de um projeto maior chamado Rede Saúde. Rede Saúde atravessa todos os nossos veículos. Nós somos hoje p maior ecossistema de conteúdo da temática saúde aqui no Espírito Santo". 

Felipe Caroni, diretor-executivo da Rede Vitória, destacou a importância da união dos setores público e privado na promoção da saúde.

"Saúde transpassa a vida de todos nós brasileiros, de todos nós capixabas e aqui a gente vê uma união muito clara e importante do setor privado, do setor público e dos veículos de comunicação. Então, toda a discussão que agente tem sobre saúde, inovação, saúde suplementar, alimentação, vida saudável, equilíbrio, enfim, tudo isso que a gente fala no nosso dia a dia é importante a gente comunicar e o veículo de comunicação cumpre esse papel. É um evento muito rico, muito qualificado, temas super relevantes e a gente está muito feliz de estar nesta quarta edição desse evento tão importante, disse.

Parcerias de peso 

O Saúde em Fórum é referência na promoção do diálogo, fortalecimento de parcerias e na geração de valor para o ecossistema da saúde. Pautado nos valores da Integração, da colaboração, da inovação, do conhecimento e da sustentabilidade.

Com o propósito de conectar, a partir de conteúdo, networking e colaboração, quem produz, contrata, forma, fornece, inova e investe no setor da saúde no Estado, conta com ainda com importantes parceiros.

"Nós estamos aqui, na verdade, em nome de quem precisa. Aumentando nossa competência, nosso conhecimento, para ajudar aquele que precisa. Então é suma importância e estes eventos tê msido assim excelentes, a gente sai revigorada", destacou Marilucia Dalla, Hospital Santa Rita e presidente da Associação Feminina de Combate ao Câncer (Afecc).

Fernando Souza Aguiar, São Bernardo Samp/Grupo Athena Saúde, falou sobre o tema abordado no evento.

"Gestão de qualidade da saúde é um tema que o Grupo Athena, que é dona do São Bernardo Samp, leva muito a sério. Através da gestão da qualidade que a gente consegue ser mais eficiente, a gente consegue entregar um menor custo e por fim, uma qualidade na entrega na saúde dos nossos beneficiários."

Bruno Tommasi, do Grupo Tommasi, contou como é se manter no mercado desde 1962, quando a empresa começou. 

"Qualidade, no passado, era muito fácil. Era só a gente atender bem o paciente e entregar o resultado bom e rápido. Isso era qualidade no passado. Hoje, qualidade ficou muito mais complexa. É individualizada essa qualidade. Cada cliente nosso tem uma visão de qualidade diferente, cada consumidor, cada médico, cada cliente ou cada comprador de serviço demanda um tipo de qualidade para aquele serviço que eles estão comprando".

Para Jane Medeiros, Supervisora de Crédito e Agronegócios do Sicoob, o compromisso com o futuro sustentável é marca do Sistema. "A maioria das empresas hoje enfrenta problemas com a saúde física e saúde mental. E se a gente não começar a pensar no futuro das pessoas e numa forma de prevenir isso a gente vai ter mais problemas. É preciso que a gente pense nisso agora".