Erisipela: entenda doença que afeta Jair Bolsonaro
Segundo o vice-presidente Hamilton Mourão, por causa da infecção, Bolsonaro sente muitas dores e está recluso no Palácio da Alvorada
Desde dezembro, o presidente Jair Bolsonaro não tem participado de muitas agendas públicas e tem evitado eventos oficiais. O vice-presidente Hamilton Mourão disse durante uma entrevista que Bolsonaro está com um problema de saúde. Trata-se de uma infecção na pele chamada Erisipela.
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Ainda segundo Mourão, por causa da doença, o presidente não consegue vestir calças, por exemplo, e por esse motivo segue recluso no Palácio da Alvorada
O cirurgião vascular Breno Seabra, esteve no programa Fala Espírito Santo, da TV Vitória, e explicou o que é o problema. De acordo com o especialista, a erisipela acomete, principalmente, a pele na região das pernas, porém pode surgir em outras partes do corpo.
"Pode acometer a pele de qualquer lugar do corpo: braços, dorso, mas o local mais comum é a perna". Ela (erisipela) acomete também os vasos sanguíneos que as pessoas não conhecem muito, que são os vasos linfáticos. Então, a pessoa acaba cursando com muito inchaço nas pernas, dor. É uma infecção, é causada por bactéria, então é algo perigoso e que precisa de cuidado médico", alerta.
Principais sintomas da erisipela
O especialista diz que a doença possui uma "porta de entrada", como picadas de inseto ou até mesmo uma frieira no meio dos dedos dos pés que não foi bem cuidada (infecção por fungo).
Por meio das rachaduras que se formam, nesse caso por exemplo, a bactéria acaba penetrando na pele.
"Começa com uma vermelhidão local, uma dor pequena e com o passar dos dias essa vermelhidão vai aumentando, o inchaço vai aumentando e esse paciente pode apresentar febre, começa a ficar prostrado, perder o apetite. A partir daí, pode sair secreção pela perna e em caso mais graves, surgem bolhas e em outros ainda piores, pode haver necrose, que é a morte do tecido da pele", explica.
Infecção precisa de tratamento rápido
Como se trata de uma infecção aguda o paciente precisa de receber o tratamento assim que é diagnosticado. Porém, um indivíduo que já teve erisipela uma vez, torna-se mais propenso a desenvolver a doença novamente.
Uma maneira de manter o problema afastado é cuidar muito bem da pele. Principalmente no caso de diabéticos, tabagistas, pessoas obesas e pacientes em tratamento oncológico. Quem sofre com inchaço das pernas também deve ficar mais atento.
"Às vezes alguns medicamentos como os de pressão, cursam com um efeito colateral que é o inchaço das pernas. E essa situação de momentos inchada e desinchada pode levar a pequenas rachaduras na pele, até mesmo imperceptíveis e que por ali, a bactéria entra na pele".
Erisipela é dolorosa
A doença, segundo o cirurgião vascular, é bastante dolorosa e para ajudar na recuperação, o paciente precisa fazer repouso. O ideal, inclusive, é manter as pernas mais altas que o restante corpo. O principal tratamento para conter o avanço da infecção é por meio de antibióticos.
De maneira geral, casos mais leves podem ser tratados em casa mesmo. Já em situações mais críticas, o paciente precisa ser internado para receber a medicação intravenosa.
Em casos extremos, a infecção pode até evoluir para uma infecção generalizada. "Basta ter uma porta de entrada e entender que por se tratar de uma infecção, ela pode começar na perna e se espalhar para o restante do corpo e virar uma infecção generalizada. A pessoa pode vir a óbito. Pode morrer por causa disso".
Então, é fundamental que as pessoas conheçam, se familiarizem com os sintomas para que possam procurar atendimento médico de urgência e sejam submetidas ao tratamento o quanto antes, destaca o médico.
Como prevenir
Manter hábitos de vida saudáveis por meio de uma alimentação balanceada e a prática de exercícios ajuda a prevenir a doença. Atenção também na hora de fazer as unhas.
"Muitas vezes, pessoas vão à manicure, pedicure e tiram aquele famoso bife no canto das unhas. Aquilo é uma porta de entrada para a bactéria.", destaca o cirurgião. Um outro ponto também, é o de que a doença costuma acometer mais pessoas do sexo masculino.
Segundo o médico, os homens costumam não dar tanta importância e relevam alguns sinais que podem estar relacionados ao problema, acabam se automedicando e quando buscam ajuda, a doença já está mais avançada.
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