Gripe ou covid-19? Com sintomas parecidos, teste ajuda a definir diagnóstico
O diagnóstico é essencial, principalmente para os grupos de risco, como cardiopatas, gestantes e idosos - que se repetem para o coronavírus e para o influenza
A gripe e a covid-19 apresentam manifestações respiratórias bem semelhantes. Em meio à pandemia, especialmente com o surgimento da nova variante Ômicron, e a surtos de gripe causada pelo vírus influenza, é normal que pacientes tenham incertezas sobre qual quadro apresentam.
A testagem é o melhor caminho para o diagnóstico, apontam especialistas, que indicam que a velocidade do aparecimento de sintomas e perda de olfato podem ser indícios de qual doença se enfrenta.
Os resultados de laboratórios particulares indicam um aumento de testes positivos do coronavírus no Brasil. Entre 8 e 29 de outubro, o País saltou de 3% para 17% de novos diagnósticos confirmados para o vírus em relação ao total, diz levantamento do Instituto Todos pela Saúde.
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A Europa já tem visto uma elevação de casos e internações. Especialistas afirmam que é improvável que o Brasil sofra um pico tão grande como ocorreu no 1º semestre do ano passado, mas dizem que é preciso monitorar o surgimento de variantes e a redução da procura pelo reforço vacinal.
O diagnóstico é essencial, principalmente para os grupos de risco, como cardiopatas, gestantes e idosos - que se repetem para o coronavírus e para o influenza. A vacinação, o uso de máscara e o distanciamento social são as principais medidas preventivas.
"A covid normalmente é uma doença evolutiva. É uma doença que tende a progredir até o final da primeira semana", diz o infectologista Marcelo Otsuka, vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)."A gripe (causada pelo influenza) normalmente já começa grave."
Na infecção "clássica" pelo influenza, logo no primeiro dia o paciente já apresenta muita dor no corpo, dor de cabeça, dor de garganta, febre, calafrio ou sensação febril, explica a infectologista Nancy Bellei, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Normalmente, continua ela, tosse com expectoração aparece em 24 horas, e o quadro segue assim por cerca de dois ou três dias.
Otsuka destaca que sintomas nas vias aéreas superiores, como coriza, tosse e espirros, mesmo podendo aparecer nas infecções causadas pelos dois vírus, são mais frequentes em pacientes infectados pelo influenza.
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Esse início "menos intenso" da covid gera muitas dúvidas. "A pessoa pensa eu dormi com ar-condicionado ligado ou acho que eu estou pegando um resfriadinho", fala Nancy.
A perda de olfato também pode indicar qual doença o paciente apresenta. Os especialistas destacam que a anosmia é sintoma da covid, não da gripe. Otsuka acrescenta que lesões na pele e alterações cardiovasculares podem indicar um caso de coronavírus.
O infectologista Martoni Moura e Silva diz que os principais sintomas da doença causada pela Ômicron são "dor de garganta, dor no corpo, principalmente na região da lombar, congestão nasal, problemas estomacais e diarreia". Já nas infecções por Delta e Gama "perda de olfato e paladar, dor no corpo, dor de cabeça, fadiga muscular, febre, tosse" são as manifestações mais frequentes.
Testagem é primordial
Por mais que algumas especificidades possam ajudar a diferenciar as doenças, apenas a testagem pode confirmar o diagnóstico. Silva indica que para a covid, o teste RT-PCR é a melhor opção, pois tem maior sensibilidade (menos chance de apresentar um falso negativo).
Ao negativar para o quadro causado pelo coronavírus, a orientação é testar para a gripe também.
Caso o paciente não possa fazer os testes, a indicação é ficar isolado. Segundo Nancy, o isolamento para o coronavírus, devido a incertezas com a Ômicron, deve ser de 14 dias; já o para o influenza, de uma semana.
A agilidade no diagnóstico, porém, pode ser vital. "Para influenza, temos um tratamento antiviral (Tamiflu) que deve ser instituído rapidamente até o segundo dia, em alguns casos até o quinto, para que haja uma recuperação melhor", afirma Silva.
Para o infectologista, sinais de alerta para ambas as doenças, são falta de ar, cansaço, febre alta e difícil de controlar, e muita dor no corpo. Caso apresentar alguma dessas manifestações, o paciente deve buscar uma unidade de saúde. "Quando os sintomas são muito chamativos, procure o médico", resume.
Otsuka destaca que pacientes da covid, com queda de saturação de oxigênio no sangue, por vezes não "aparentam tanto falta de ar". Por isso, o monitoramento com um oxímetro é importante. Nancy indica que marcações abaixo de 95 são preocupantes.
Para pessoas dos grupos de risco, a apresentação de sintomas, mesmo que leves, exige a busca de atendimento médico para avaliação do quadro.
Prevenção
As medidas de prevenção da gripe e da covid são as mesmas. Em um primeiro momento, os infectologistas indicam que a população busque a vacinação para ambas doenças. Embora o Brasil tenha conseguido uma taxa elevada de vacinação com as duas primeiras doses, a busca pelas injeções de reforço ainda tem sido baixa.
Medidas não farmacológicas seguem necessárias, principalmente porque a Ômicron parece reduzir a eficácia de imunizantes. Uso de máscara, distanciamento físico e higienizar as mãos são maneiras de se proteger das doenças.
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