Toque funciona? Saiba qual o melhor exame para diagnosticar o câncer de próstata
O câncer de próstata é o segundo tipo da doença mais frequente em homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma; entenda
O câncer de próstata é o segundo tipo da doença mais frequente em homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele também é a segunda maior causa de morte, depois do de pulmão.
Para o triênio 2023-2025, estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano.
Ao confrontar esses dados, o diagnóstico precoce aparece como uma alternativa importante, não apenas aumentando as chances de cura, mas também reduzindo a taxa de mortalidade, prevenindo o sofrimento e diminuindo a necessidade de tratamentos invasivos para controlar a doença.
No entanto, surge a dúvida: qual método de diagnóstico se mostra mais eficaz?
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Entre as abordagens disponíveis, destaca-se o exame de toque retal e o antígeno prostático específico (PSA). Porém, há uma resistência por parte dos homens em relação ao exame de toque retal, frequentemente motivada por preconceitos.
Segundo uma pesquisa conduzida pelo Centro de Referência em Saúde do Homem, 20% dos pacientes atendidos recusaram-se a autorizar a realização do exame de toque retal pelo médico urologista. Por outro lado, o teste PSA, feito por meio de exame de sangue, não enfrentou resistência significativa por parte dos pacientes.
Fauzia Naime, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC) e especialista em câncer de próstata, destaca que 20% dos diagnósticos da doença são identificados por meio do exame de toque retal, uma vez que se trata de tumores mais agressivos que não produzem PSA em níveis elevados.
“O ideal é combinar o toque retal e o PSA, isso possibilita em 80% o diagnóstico. Muitas vezes, quando o tumor é muito pequeno, não é possível diagnosticar por meio do toque retal", disse.
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"Por outro lado, alguns tumores maiores, apesar de serem tocados, podem não expressar PSA. Além disso, exames de imagem são fundamentais”, explica a oncologista do IPC. Entre os exames estão a ressonância multiparamétrica da próstata, ultrassons e também biópsias para confirmar o diagnóstico.
Após o diagnóstico, cada caso deve ser avaliado individualmente antes de optar por um tratamento. Eles podem variar entre radioterapia, hormonioterapia, quimioterapia, prostatectomia radical (cirurgia), entre outros.
COMO E EM QUAL IDADE OS HOMENS DESENVOLVEM CÂNCER DE PRÓSTATA?
Ocorrências de câncer de próstata são mais comuns em homens de idade avançada. De acordo com dados do INCA, aproximadamente seis em cada dez casos são identificados em homens com mais de 65 anos, sendo raro antes dos 40 anos. A média de idade no momento do diagnóstico é de 66 anos.
“O paciente tem a diminuição dos jatos urinários e um gotejamento maior após a micção. Às vezes, o homem pode sentir sensação de que a bexiga não está completamente vazia", comenta a oncologista.
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"Além disso, o aumento da frequência urinária, incontinência urinária, dor na pelve em casos mais avançados, sangue na urina e até mesmo nas fezes também podem ser sintomas de um câncer de próstata”, afirma.
À medida que os homens envelhecem, a capacidade de reparo celular diminui. Isso, em comparação com a juventude, aumenta a probabilidade de um crescimento anormal e desregular das células, o que desempenha um papel fundamental no surgimento de um câncer de próstata.
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Contudo, a idade não pode ser vista como uma sentença deste câncer, pois existem outros fatores que contribuem para o diagnóstico.
“Em resumo, não existe um método isolado para diagnosticar o câncer de próstata. Deve existir uma combinação de exames, alinhados com métodos de prevenção. Evitar alimentos que podem aumentar a incidência do câncer, como, por exemplo, carne vermelha, leite de vaca, embutidos, frituras, alimentos industrializados, não possuir uma vida sedentária e realizar exames de rotina, principalmente em homens com histórico familiar”, finaliza Fauzia.
OBESIDADE CAUSA CÂNCER E IMPOTÊNCIA SEXUAL EM HOMENS; ENTENDA RISCOS À SAÚDE
A obesidade masculina aumentou de 9,6% para 22,8% entre os anos de 2003 e 2019. Nos homens, essa condição aumenta o risco de câncer e pode levar à infertilidade e a uma série de disfunções urológicas, incluindo a impotência.
Isso porque a produção de testosterona nos homens, principal hormônio responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas – e que controla a normalidade das funções e do desempenho sexual – diminui consideravelmente.
Sobre a alimentação, os homens (18,4%) consomem menos frutas e verduras do que as mulheres (27,2%), segundo dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em 2019.
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