Número de pessoas adultas com obesidade no Brasil aumentou 286%
Crescimento foi registrado nos últimos 10 anos. Quantidade de adultos com sobrepeso também aumentou: 3,1 milhões pacientes acompanhados para 8,5 milhões
O aumento da obesidade no Brasil é um fenômeno preocupante, com mais de 8,2 milhões de pessoas diagnosticadas com essa condição, segundo dados recentes. O problema está diretamente ligado inúmeros problemas de saúde, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer. Doenças que têm se tornado cada vez mais prevalentes no país.
A tendência se revela alarmante quando observa-se que a taxa de obesidade quase quadruplicou nos últimos 10 anos. Adultos com sobrepeso também apontam crescimento: o quantitativo saltou de 3,1 milhões para 8,5 milhões de pacientes acompanhados.
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Esses dados foram coletados por meio de acompanhamentos de pacientes adultos atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS), que é o primeiro ponto de contato do cidadão com o sistema de saúde.
O que é obesidade e como é diagnosticada?
A obesidade é diagnosticada com base no Índice de Massa Corporal (IMC). Quando o IMC de um indivíduo é igual ou superior a 30 kg/m², ele é considerado obeso. O sobrepeso ocorre com IMCs entre 25 e 29,9 kg/m².
Já o peso ideal é encontrado quando o IMC está entre 18,5 e 24,9 kg/m². O cálculo do IMC é simples: divide-se o peso da pessoa (em kg) pela sua altura (em metros) elevada ao quadrado.
Carlos Schiavon, presidente da ONG Obesidade Brasil, destaca que a mudança no ambiente de convivência tem contribuído significativamente para o aumento da obesidade. A popularização das telas de dispositivos móveis, especialmente entre as crianças, tem diminuído a prática de atividades físicas e prejudicado o sono, dois fatores críticos para o controle do peso.
Além disso, o acesso fácil a alimentos ultraprocessados, ricos em calorias e com baixo valor nutricional, é um dos principais responsáveis pela obesidade. Schiavon sugere que o Brasil precisa garantir o acesso a alimentos frescos e saudáveis a preços acessíveis, além de incentivar a educação alimentar desde a infância.
Prevenção e tratamento
O Ministério da Saúde brasileiro tem promovido ações para combater a obesidade, focando na prevenção, principalmente entre crianças e adolescentes. A prevenção é fundamental, pois crianças obesas têm maiores chances de se tornar adultos obesos.
O tratamento da obesidade deve envolver mudanças no estilo de vida, uso de medicações quando necessário e, em casos mais graves, a cirurgia bariátrica.
O cirurgião José Afonso Sallet reforça que a prevenção é o tratamento mais eficaz contra a obesidade, já que a doença é multifatorial e seu controle depende, principalmente, de uma alimentação equilibrada e da prática regular de atividades físicas. Segundo Sallet, 80% do controle do peso depende da dieta, enquanto 20% é resultado da prática de exercícios.
Riscos físicos e psicológicos
A obesidade está relacionada a várias comorbidades, como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono, distúrbios hormonais, infertilidade e até certos tipos de câncer. Além dos riscos físicos, pessoas obesas enfrentam desafios psicológicos, incluindo depressão e o estigma social associado à condição.
Glenda Cardoso, que perdeu 100 kg após realizar uma cirurgia bariátrica, compartilha sua experiência de luta contra a obesidade. Ela descreve os impactos negativos que a doença teve em sua saúde física e emocional.
A obesidade pode afetar a mobilidade, causar dor crônica e até levar a problemas graves como resistência à insulina e apneia do sono. Para Glenda, entender que a obesidade é uma doença multifatorial e não uma escolha foi um passo importante em sua jornada de recuperação.
É fundamental que a sociedade compreenda que a obesidade não é uma falha pessoal, mas uma doença complexa, com causas genéticas e ambientais. Glenda enfatiza a importância da conscientização desde a infância, para que as novas gerações cresçam com hábitos saudáveis e uma compreensão melhor dos riscos da obesidade.
Ela também reforça que a obesidade é uma doença crônica, que exige comprometimento de longo prazo para o controle. “Não desista”, diz ela, incentivando aqueles que enfrentam a obesidade a buscar apoio médico e psicológico para lidar com os desafios dessa condição.
Dicas para prevenir a obesidade
1. Alimentação balanceada: evite alimentos ultraprocessados e adote uma dieta rica em alimentos frescos, como frutas, verduras e proteínas magras;
2. Atividade física regular: pratique pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana;
3. Educação nutricional: invista em educação alimentar desde a infância, ensinando sobre escolhas saudáveis e a importância de hábitos de vida equilibrados;
4. Apoio psicossocial: busque apoio emocional e psicológico para lidar com os aspectos emocionais da obesidade, especialmente durante períodos de estresse.
*Com informações do R7
Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramenta de Inteligência Artificial e revisado por editor do jornal.