O que é melhor para quem tem TDAH: agenda cheia ou mais tempo livre?
Entenda como a rotina e o nível de atividade influenciam os sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo caracterizado por dificuldades de concentração, impulsividade e inquietude.
Mas será que a rotina intensa e a constante ocupação podem ajudar a aliviar os sintomas? Estudos recentes sugerem que, para muitos indivíduos com TDAH, manter uma agenda cheia pode ser mais benéfico do que ter tempo livre.
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Sophie Didier, de 24 anos, vive em Kansas City, nos Estados Unidos, e foi diagnosticada com TDAH aos 15 anos. Desde a adolescência, ela descobriu que, ao equilibrar seus estudos com atividades extracurriculares, como esportes, seu desempenho acadêmico melhorava significativamente.
“Eu me sentia mais organizada e com mais controle quando tinha uma agenda cheia”, revela Sophie, que notou uma melhoria no controle dos sintomas quando estava envolvida em tarefas e compromissos constantes.
Pesquisas recentes confirmam que, para alguns indivíduos com TDAH, estar ocupado pode reduzir os sintomas de hiperatividade e impulsividade.
Um estudo publicado no Journal of Clinical Psychiatry, em outubro de 2023, observou 483 participantes com TDAH ao longo de 16 anos e descobriu que aqueles com responsabilidades como trabalho, estudos e cuidados familiares apresentaram uma redução nos sintomas do transtorno.
Segundo a pesquisadora Margaret Sibley, professora de psiquiatria na Universidade de Washington, indivíduos com TDAH parecem se sair melhor quando enfrentam prazos urgentes ou situações de alta demanda.
A pressão para cumprir prazos ou realizar tarefas complexas pode ajudar a melhorar a organização e o foco de quem tem o transtorno. “As épocas mais exigentes da vida tendem a coincidir com uma diminuição dos sintomas”, explica Sibley.
O estudo, que acompanhou participantes desde a infância até a vida adulta, mostrou que a combinação de fatores como emprego em tempo integral, independência financeira e responsabilidades familiares esteve associada a uma melhora significativa nos sintomas de TDAH.
No entanto, a pesquisa também apontou que essa não é uma solução universal e que, em alguns casos, uma agenda muito apertada pode aumentar o estresse e a ansiedade.
Não há uma solução única para todos com TDAH
Embora a ideia de ter uma rotina intensa funcione para algumas pessoas, especialistas alertam que não existe uma fórmula mágica para todos os casos de TDAH. Craig Surman, diretor de pesquisa do TDAH no Massachusetts General Hospital, ressalta que cada pessoa com o transtorno tem suas próprias necessidades e características.
“O que funciona para um indivíduo pode não ser adequado para outro”, afirma Surman.
Além da rotina, outra estratégia fundamental para controlar os sintomas do TDAH é o uso de habilidades de enfrentamento, como a prática de exercícios físicos ou a organização de tarefas diárias. Muitos indivíduos com TDAH, como a psicóloga infantil Douglas Tynan observa, se beneficiam de atividades que exigem maior foco, como a prática de esportes.
“Alguns adolescentes com TDAH se saem muito melhor durante a temporada de esportes, porque estão mais ocupados e fisicamente ativos”, diz Tynan.
Abby Balderson, uma mulher de 44 anos que também tem TDAH, descobriu que uma rotina bem planejada e previsível é a chave para controlar seus sintomas.
"Quando minha agenda é mais estruturada, o TDAH tende a ficar mais controlado", diz Abby, que reduz a dosagem de seus medicamentos quando sua rotina é mais consistente.
O segredo é personalizar a rotina
Embora muitos indivíduos com TDAH se beneficiem de uma agenda cheia e de responsabilidades adicionais, é essencial encontrar o equilíbrio certo. O segredo está em personalizar a rotina de acordo com as necessidades de cada pessoa.
Como enfatiza a professora Margaret Sibley, “descobrir o que funciona para você é crucial para maximizar as chances de manter o TDAH sob controle”. Estratégias de enfrentamento, organização e uma rotina bem estruturada são fundamentais para lidar com os desafios diários desse transtorno.
*Com informações do Estadão Conteúdo (conteúdo foi publicado originalmente do The New York Times e traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe)
Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramenta de Inteligência Artificial e revisado por editor do jornal.