Saúde

Paciente de 80 anos do ES recebe o menor marca-passo do mundo

O dispositivo instalado no idoso pesa somente 2 gramas e é do tamanho de um comprimido

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/ Hospital São Bernardo

O aposentado José Augusto Belumat, de 80 anos, recebeu o menor marca-passo do mundo em uma cirurgia realizada no São Bernardo Apart Hospital, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, no início de novembro. Esta é a primeira vez que este tipo de procedimento é realizado no Espírito Santo. 

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O dispositivo instalado no paciente pesa somente 2 gramas e é do tamanho de um comprimido. O aparelho consegue fazer o coração bater na frequência correta e ao contrário dos marca-passos tradicionais, o modelo permite que o implante seja feito de forma minimamente invasiva, em apenas 50 minutos. 

Como funciona o transplante

O mini marca-passo é introduzido no organismo do paciente por acesso venoso. O dispositivo conta com pequenos ganchos, similares a uma âncora, que se acoplam ao coração e pode ficar por ali por até 12 anos, que é o tempo de duração da bateria. 

Os implantes com este tipo de dispositivo começaram a ser feitos no Brasil em 2021, em São Paulo. O procedimento realizado no Espírito Santo é o caso de número 95 no país. 

Segundo o cardiologista Dalton Hespanhol do Amaral, responsável pela realização do procedimento no Espírito Santo, outra vantagem do dispositivo é não contar com eletrodos, o que aumenta a segurança do paciente. 

“É igual a uma pilha que nós acoplamos via catéter, por punção de veia femoral, e ele é fixado no músculo do coração. Então ele só tem esses ganchinhos, não tem eletrodos, não tem nada. É considerado o menor marca-passo do mundo, e esse implante chegou ao Brasil em 2021. Um dispositivo extremamente pequeno, com uma bateria bem extensa e que traz muita segurança para a o paciente”, disse. 

O marca-passo conta com um gerador, alimentado por bateria de lítio e microprocessador. Como o médico explica, o eletrodo, neste caso, é um pequeno ponto na superfície metálica. 

Assim como outros modelos de marca-passo, o modelo reduzido recebe informações dos batimentos cardíacos a todo momento, em busca de anormalidades e responde a elas.

A ausência de eletrodos reduz os riscos de infeção grave, que pode ocorrer pelo contato dos cabos com a corrente sanguínea nos aparelhos comuns.

“Uma das funções do marca-passo é fazer o coração bater na frequência normal. Em alguns pacientes, em função de algumas arritmias, o coração bate muito devagar, em uma frequência que não é compatível com a vida, e por isso temos que implantar um marca-passo definitivo. Mas a medicina evoluiu muito nos últimos anos e hoje podemos trocar aquele marca-passo grande, que exigia um corte no peito para colocar eletrodos dentro do coração, por um dispositivo infinitamente menor", afirma o cardiologista. 
Foto: Reprodução/São Bernanrdo Apart Hospital

Ainda segundo o especialista, o a ausência de eletrodos elimina as possbilidades de infecções e também o paciente não fica com nenhuma cicatriz no tórax. 

"Sem a existência de eletrodos, eliminamos as chances de infecção, de hematomas, não temos cicatriz no tórax, nem protuberância sobre a pele, e reduzimos também as restrições de atividade pós-implante. O paciente tem alta no dia seguinte, sem necessidade de repouso, podendo fazer atividade física e levar uma vida completamente normal”, defende o cardiologista.