Saúde

Febre do Oropouche: órgão dos EUA alerta para risco de viagem ao ES

Aviso do Centro de Controle e Prevenção de Doenças é direcionado principalmente para gestantes e associa a doença a perdas fetais e deficiências congênitas

Nicolas Nunes , Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução: Instagram @cdcgov

Viajantes quem vêm dos Estados Unidos receberam um alerta sobre viagens com destino ao Espírito Santo. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) emitiu um alerta, no site oficial e nas redes sociais, para a incidência de Febre do Oropouche no Estado.

A publicação na rede social, feita na segunda-feira (16), mostra uma foto da Baía de Vitória, com foco na Terceira Ponte e no 38º Batalhão de Infantaria (BI) em Vila Velha. 

O aviso é direcionado, principalmente, para gestantes e associa a doença à perdas fetais e deficiências congênitas, e sugere aos viajantes "discutir os planos de viagem com o respectivo plano de saúde".

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No site do órgão de saúde norte americano, uma página destaca o Espírito Santo no mapa e aponta o Estado como uma área no Brasil com "elevado número de casos de Febre Oropouche".

As recomendações são para evitar picadas de insetos, principalmente mosquitos, durante e por até três semanas após a viagem para não transmitir o vírus da Febre Oropouche nos EUA.

Além disso, é sugerido utilizar camisinhas ou não ter relações sexuais durante a estadia e por até seis semanas após a viagem. De acordo com o órgão, o vírus foi encontrado em sêmen, mas não se sabe se pode ser transmitido através do sexo.

O órgão destaca ainda que os sintomas podem ser confundidos com dengue, e incluem febre alta, dor de cabeça, dores musculares, rigidez nas articulações, náusea, vômito, calafrios e sensibilidade à luz.

ES confirma 1ª morte por febre do Oropouche e 3.117 casos da doença

O Espírito Santo confirmou o primeiro óbito por febre do oropuche. A informação foi divulgada na tarde da terça-feira (10), durante uma entrevista coletiva realizada pela secretaria de Estado da Saúde, sobre o quadro das arboviroses no estado.

Desde a Semana Epidemiológica 13, quando foi confirmado o primeiro caso no mês de abril, até a Semana Epidemiólogica 49 (primeira semana de dezembro) – 3.117 casos da doença foram confirmados.

A vítima, uma mulher de 61 anos, morreu no dia 28 setembro (SE 35), cerca de 24 horas após o início dos primeiros sintomas e 11 horas depois de dar entrada no Pronto Atendimento de Fundão. Ela era moradora da cidade, localizada na Região Metropolitana do Estado e sofria de hipertensão arterial. 

Segundo Rodrigo Rodrigues, diretor do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Espirito Santo (Lacen-ES), a evolução do quadro foi muito rápida.

"Os outros dois casos de óbitos (1 descartado e 1 em investigação) relacionados ao Oropouche, eles apesar de terem relatado uma fase de 2 e 3 dias de sintomas até que fossem internadas, a evolução pós-internação também foi entre 11 e 13 horas, então, isso também foi uma coisa que chamou a atenção da gente, porque nos três casos a evolução foi muito rápida", disse.

1º caso de microcefalia relacionado à febre do Oropouche

O Espírito Santo também registrou o primeiro caso de malformação congênita (microcefalia) em decorrência da febre do Oropouche. Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, foi na Grande Vitória e segue em acompanhamento.

Gestantes devem adotar cuidados redobrados já que não há um inseticida para controle do vetor. As recomendações são, primeiramente, evitar locais e regiões onde haja presença do mosquito. Caso não seja possível, usar repelentes específicos para grávidas.

"Esse mosquito tem um horário mais específico que é à tarde, mas nesses locais como Alfredo Chaves e outros municípios que têm incidência muito alta, ele está circulando praticamente durante todo o dia. Então, usar roupas de mangas longas, usar repelente, o repelente tem que ser indicado para gestante e deve passar por uma avaliação do médico".

Vírus mais presente na zona rural 

Outro dado divulgado pela Sesa é o de que o vírus apresenta-se mais presente nas zonas rurais (63,84% dos casos), porém tem se urbanizado aos poucos. O motivo pode estar relacionado ao fato de muitas pessoas trabalharem nessas áreas, onde acabam se infectando, e se deslocarem para a zona urbana, onde moram.

SINTOMAS DA FEBRE DO OROPOUCHE

Autoridades de saúde recomendam que diante de quaisquer sintomas que possam indicar Febre do Oropouche, a população busque rapidamente ajuda médica, principalmente pelo fato de se apresentarem de modo muito semelhante aos da dengue, por exemplo.

* Febre;

* Cefaléia (dor de cabeça);

* Exantema (erupções cutâneas geralmente avermelhadas);

* Vômito;

* Dores musculares;

* Dor atrás dos olhos;

* Dor nas articulações.