ENTREVISTA

Fonte da juventude: o que a ciência diz sobre longevidade e exercícios

Na entrevista deste domingo, a reportagem conversou com Gustavo Genelhu, médico geriatra. Ele afirma nunca é tarde para começar uma atividade física

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Acervo Pessoal - Arte: Folha Vitória

Que a atividade física é essencial para a saúde, isso não é novidade. Porém, a ciência, a inovação e a tecnologia vêm tornando o tema "longevidade" cada vez melhor e mais promissor. As pesquisas comprovam que pessoas que se exercitam regularmente desenvolvem a "capacidade" de viver mais e melhor quando comparadas com quem é sedentário.

Diante de um universo onde a expectativa de vida só cresce, a procura por maneiras de envelhecer de modo saudável torna-se urgente. Até por que, segundo especialistas, viver muito não é sinônimo de qualidade de vida. É preciso aliar uma série de cuidados, incluindo mudanças na maneira como vivemos.

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O que torna o assunto ainda melhor é que ao contrário do que muitos podem pensar, a chave para esse futuro está ao alcance de todos e chama-se atividade física. 

Praticados com regularidade, os exercícios não só aumentam a longevidade, como enriquecem a qualidade de vida, mantendo o corpo e a mente em movimento constante e por muito mais tempo.

Na entrevista deste domingo, a reportagem conversou com Gustavo Genelhu, médico geriatra e que também atua como intensivista na Unimed Vitória. Ele fala sobre os benefícios para o organismo. "Sim! Nunca é tarde para se iniciar atividade física e sempre vamos colher bons frutos".

Folha Vitória – Quais os benefícios da atividade física para a saúde dos idosos?

Gustavo Genelhu – Além dos benefícios cardiorrespiratórios, temos os benefícios musculares, prevenindo a deteriorização da marcha, equilíbrio e garantindo a manutenção da funcionalidade, prevenção da sarcopenia e por último prevenindo a perda da memória.

Quedas envolvendo idosos é algo bastante recorrente. Exercícios ajudam no equilíbrio?

Sim.

Buscar orientação médica antes de começar a praticar qualquer atividade na terceira idade é indispensável?

Sim! Fundamental para garantir uma prática segura! A avaliação deve ser individualizada para que o plano de atividade seja personalizado.

Quando a atividade física não é recomendável?

Em raríssimas exceções, a atividade física será planejada, individualizada e adaptada para cada situação.

Pessoas que sempre foram sedentárias e querem começar a se exercitar na terceira idade. Qual a orientação?

Devem ser estimuladas e devem procurar orientação médica.

Sim! Sempre! Nunca é tarde para se iniciar atividade física e sempre vamos colher bons frutos.

Além dos benefícios para o corpo, o cérebro também precisa se exercitar nessa época da vida? Como?

Sim, como eu comentei anteriormente, a atividade física também “exercita” o cérebro, ela é benéfica por liberar um hormônio chamado irisina, que tem relação direta com a preservação da memória.

A ciência e a tecnologia tem avançado quando se fala em longevidade? Quais as novidades?

Vários avanços na medicina no que tange ao diagnóstico precoce de doenças, inovações em tratamentos clínicos e cirúrgicos contribuem com a cura de determinadas doenças aumentando assim a sobrevida das pessoas! 

Qual o segredo para se viver mais, porém com qualidade de vida?

Se manter ativo, em movimento, os campeões de vida não necessariamente são os atletas, mas aqueles que se mantém em movimento.

⁠Manter um cardápio onde 60% dele seja de itens de origem vegetal, comer atende saciar, “não se empanturrar”.

⁠Viver em família, preservar os laços “intergeracionais”, ser útil às pessoas (de várias formas, seja cuidando da família, nas práticas de sua sociedade …).

Ter um bom convívio social. Além disso, frequentar periodicamente seu médico, estar atento às vacinas, não fumar, não fazer abuso do álcool.