O mieloma múltiplo é a segunda doença onco-hematológica mais comum no mundo, perdendo apenas para os linfomas. Segundo dados da International Myeloma Foundation, uma organização americana que estuda e trata de pacientes com a doença, a faixa etária de aparecimento dos sintomas é dos 60 a 65 anos, sendo que apenas 5 a 10% dos pacientes têm menos de 45 anos. Além disso, a doença é mais comum em homens do que em mulheres.
Há duas décadas, o paciente portador de mieloma múltiplo vivia em torno de três anos. Atualmente, com as novas opções de tratamento disponíveis, a expectativa de vida aumentou. Hoje o paciente vive, em média, 10 anos.
O novo estudo apresentado no American Society of Clinical Oncology 2019 (ASCO), o maior congresso de oncologia do mundo, pode mudar o cenário atual. O estudo liderado pelo francês Philippe Moureau mostrou uma terapia capaz de reduzir em 53% o risco da doença progredir ou do paciente morrer.
Hoje, um dos tratamentos mais usados é um coquetel que reúne três medicamentos. Os pesquisadores investigaram o efeito da inclusão de uma quarta droga – o Daratumumabe – a essa combinação. A substância contribuiu para aumentar a resposta ao tratamento, oferecendo maior qualidade de vida e maior expectativa de vida ao paciente.
O Daratumumabe chegou ao Brasil em maio de 2017, após ser avaliado com rigor pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que antecipou o acesso dos brasileiros à terapia em um ano e meio, praticamente, ao mesmo tempo em que os países desenvolvidos.
O desenvolvimento do mieloma múltiplo pode estar relacionado a fatores predisponentes, como o uso de produtos químicos, exposição a radiação e susceptibilidade genética. Porém, a diversidade de exposições e os possíveis fatores de susceptibilidade genética dificultam os estudos para comprovação.
Os sintomas podem se confundir com os de doenças comuns às pessoas idosas, por isso a importância de buscar um especialista, que no caso é o hematologista, para solicitar os exames adequados. Os sintomas mais comuns são: fraqueza, cansaço, palidez, perda de peso, dores ósseas e fraturas ósseas.
Por meio de exames de rotina, como o hemograma completo o hematologista pode suspeitar da doença e solicitar exames mais específicos como a eletroforese de proteínas, a imunofixação, o exame de medula óssea e exames de imagem para avaliar o esqueleto ósseo.
O tratamento mais comum para os pacientes com mieloma múltiplo é a quimioterapia. Hoje, existem medicamentos quimioterápicos potentes que são utilizados com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente e maior expectativa de vida.
* As informações são da Hematologista do Cecon, Melissa Bozzi Nonato.