Saúde

Nova síndrome coloca vida de crianças e adolescentes em risco. Entenda!

A Síndrome Inflamatória Multissistêmica é considerada a evolução da covid-19, e está levando muitas crianças ao óbito

Foto: reprodução pixabay

As crianças e adolescente não são classificadas como grupo de risco para o novo coronavírus, entretanto, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica, que pode ser consequência da covid-19, pode agravar o quadro clínico dos jovens e até levar à óbito

A doença é constituída por um conjunto de manifestações exacerbadas do organismo causadas pela covid-19, tem deixado muitos médicos preocupados pois o funcionamento de vários órgãos pode ser comprometido. 

Os relatos dos casos começaram a serem observados no início de maio, em países da Europa, como o Reino Unido, Espanha e França, e nos Estados Unidos. No Brasil, ainda não há casos confirmados.

Segundo o pediatra e consultor em saúde infantil, Jovarci Motta, a síndrome acomete as crianças e adolescentes na faixa etária entre 04 e 17 anos e pode se manifestar em dias ou semanas após a infecção pelo vírus. De acordo com o médico, a síndrome faz com que o corpo da criança reaja ao vírus de forma desregulada, levando a um quadro inflamatório generalizado. 

“Ela ataca o sistema respiratório, problema típico da Covid-19, mas também atua como uma resposta inflamatória sistêmica que repercute em outros órgãos, como o miocárdio, fígado, baço, entre outros.”, ressalta.

Síndrome de Kawasaki

O pediatra destaca que a síndrome se assemelha a outra doença inflamatória infantil rara, conhecida como Síndrome de Kawasaki. “Os sintomas mais comuns são vermelhidão nos olhos, lábios fissurados, febre alta por mais de cinco dias ou até semanas, íngua no pescoço, edemas nas mãos e nos pés e manchas pelo corpo”, observa.

O especialista ressalta que nestes casos o óbito é bem mais rápido. “As crianças que tiveram a complicação precisam ser levadas imediatamente à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e medicadas. Algumas chegam a precisar de ajuda para respirar ventilação mecânica, outras não resistiram”, explica.

Tratamento

Ao detectar alguns dos sintomas, é importante levar a criança ou o adolescente imediatamente ao hospital. “A boa notícia é que as crianças que recebem o tratamento imediato, sendo atendido principalmente por uma pediatra, retorna para casa em até 1 semana.”, destaca Motta.

Segundo o consultor de saúde infantil, até o momento, foram registrados poucos óbitos e não é recomendado o uso da cloroquina durante o tratamento. “A criança precisará ficar internada para avaliar a evolução do vírus. Porém, não indicamos o uso da cloroquina, pois além de não ter sido comprovada sua eficácia, não há relação com o tratamento”, explica o médico.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros Produtor web
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Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Ufes. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.