O crescimento benigno da próstata, também conhecido como Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é a principal causa de sintomas urinários no homem maduro. Cerca de 33% dos homens após os 50 anos e 47% dos homens após os 70 anos irão apresentar sintomas urinários de intensidade moderada à grave em decorrência desta patologia. Os principais sintomas são o aumento da frequência urinária, episódios de urgência para urinar, a necessidade de levantar à noite para urinar, o enfraquecimento do jato urinário e a sensação de esvaziamento incompleto, entre outros.
Atualmente, a maioria dos casos é tratada com medicações, que aliviam os sintomas em cerca de 80% dos pacientes. O primeiro grupo de medicações é dos relaxantes musculares da próstata, que atuam reduzindo a resistência do canal uretral. O segundo grupo é dos bloqueadores da ação da testosterona, que atuam reduzindo o tamanho da próstata em cerca de 15% e impedindo seu crescimento.
As principais limitações do tratamento medicamentoso estão no fato de aliviarem apenas parcialmente os sintomas, na necessidade de uso contínuo e por toda a vida e nos potenciais efeitos colaterais. O grupo dos relaxantes da próstata pode levar à tontura, astenia (fraqueza) e redução do volume da ejaculação. Por sua vez, os medicamentos de ação hormonal podem causar redução da libido e da qualidade das ereções.
Os pacientes que não respondem ou que não se adaptam bem às medicações, assim como os que apresentam alguma complicação relacionada ao crescimento da próstata (retenção urinária aguda, sangramentos ou infecções urinárias de repetição, alteração da função renal), tornam-se candidatos ao tratamento cirúrgico.
O tratamento cirúrgico tradicional é representado pela ressecção endoscópica, também conhecida como raspagem, (RTU) da próstata e pela prostatectomia aberta. A primeira está indicada quando a próstata pesa até 80 gramas, e a segunda em próstatas maiores. Ambas as técnicas possuem resultados satisfatórios e duradouros.
Há ainda o tratamento cirúrgico do crescimento benigno da próstata com laser, surgido há 20 anos. Atualmente, a enucleação endoscópica da próstata com o laser Holmium (HoLEP) se constitui o tipo de laser mais estudado para o tratamento desta doença.
Segundo o urologista Alberto Azoubel Antunes, o HoLEP apresenta resultados funcionais semelhantes aos dos tratamentos tradicionais e, por esse motivo já é indicado pelas principais diretrizes internacionais como uma opção de primeira linha aos métodos cirúrgicos tradicionais.
A principal vantagem do HoLEP está no fato de permitir o tratamento de próstatas de qualquer peso pela via endoscópica (canal da uretra), sem a necessidade de cirurgia aberta. O método também proporciona um retorno mais rápido do paciente à suas atividades, já que permite uma alta hospitalar em 24 horas na maioria dos casos, por ser menos invasivo.