A diabetes é uma doença crônica, que atinge 382 milhões de pessoas em todo o planeta, de acordo com os dados da Federação Internacional de Diabetes. Segundo estimativas da entidade, em 2035, esse número deverá chegar a 592 milhões. No ano passado, o Brasil era o quarto país do mundo com mais diabéticos, com 13 milhões de portadores, número que poderá subir para 592 milhões em 2035.
Para cada caso diagnosticado, estima-se que haja um sem diagnóstico. Do total de brasileiros portadores, 1 milhão são crianças, de acordo com a Associação de Diabetes Juvenil. E a estimativa é de que 7,8 casos, em cada 100 mil serão de pessoas com menos de 20 anos. Em 2035, o número de brasileiros com a diabetes quase dobrará, chegando a 19,2 milhões. No ano passado, houve 124,6 mil mortes relacionadas à doença no País.
O Brasil está atrás da China (98,4 milhões de casos), Índia (65,1 milhões) e EUA (24,4 milhões). Segundo a endocrinologista Adriana Bosco, presidente da seção mineira da Sociedade Brasileira de Diabetes, o diabetes é considerado problema de saúde pública em todo o mundo, já tendo atingido as estimativas que eram previstas para 2025, que são de 347 milhões de casos. “O aumento do número de diabéticos segue o ritmo da industrialização, da população obesa e da maior longevidade. No Brasil, 11% da população é diabética e 64% da população está acima do peso.”
A especialista explica que são vários os tipos de diabetes. Porém, os mais comuns são o do tipo 2, que corresponde a 90% do total de diabéticos, o tipo 1 e o gestacional, que ocorre só durante a gravidez. Na diabetes tipo 2, existe uma secreção insuficiente de insulina pelo pâncreas e uma resistência à sua ação, ou seja, a insulina não cumpre sua função de colocar o açúcar (glicose) para dentro das células, deixando-o alto no sangue (hiperglicemia).
Tratamento
De acordo com a endocrinologista pediátrica da Ciame, Carla Maria Guimarães Feitosa, a insulina, o exercício físico e a alimentação saudável são os pilares do tratamento da diabetes na criança (diabetes tipo 1).
“Se for mantido um bom controlo dos níveis de açúcar no sangue, a criança poderá manter padrões de vida normais, tal como outras crianças da mesma idade (a nível educacional, profissional e social). Para isso, é importante o envolvimento de toda a família e comunidade em que a criança está inserida”, disse.
Já a falta de controle dos níveis de açúcar e o esquema inadequado de insulina impedirão o equilíbrio metabólico, correndo a criança o risco de descompensação aguda como o coma e as complicações a longo prazo, que atingem sobretudo os olhos, os rins, o coração e os vasos sanguíneos.
O tratamento da diabetes tipo 2 faz-se inicialmente com comprimidos (antidiabéticos orais), sendo a insulina reservada para os casos mais avançados com má resposta à medicação oral. Nas crianças e adolescentes este tipo de diabetes é ainda raro no nosso país, sendo o tratamento idêntico ao do adulto.