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Os salões de beleza oferecem serviços focados em estética facial e corporal, higiene e para os cuidados com as unhas. Atualmente esses locais têm sido frequentados não só por mulheres, mas também tem ganhado espaço no universo masculino.
Esses estabelecimentos podem oferecer certos riscos à saúde do consumidor se não estiverem seguindo as regras e orientações de higiene adequadas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), principalmente em relação aos cuidados com as unhas.
Fazer as unhas em salão de beleza ou com manicures particulares, virou um hábito entre mulheres e até mesmo para o público masculino, mas é preciso tomar cuidado com os materiais utilizados.
O alicate, que é um material indispensável na hora de fazer as unhas, quando não é esterilizado da maneira correta, pode transmitir doenças infecciosas como HIV, hepatite B e C, sífilis entre outros. Tudo isso através do corte.
Especialistas alertam sobre os cuidados higiênicos necessários nos centros estéticos para evitar que o consumidor seja infectado. Os materiais para fazer as unhas precisam passar pelo processo de esterilização, geralmente feito no aparelho autoclave ou estufa.
Mas atenção! A Anvisa orienta o uso da autoclave (equipamento de esterilização), que é mais eficiente do que a estufa, que não elimina os vírus, por exemplo.
Na autoclave, a esterilização é feita por vapor sob pressão. O aparelho tem a capacidade de matar o vírus. A temperatura que os objetos são colocados, gera em torno de 130° e os materiais ficam na máquina por cerca de uma hora para realizar todo o processo.
A médica Cristina Almeida da Mata, proprietária de uma clínica de dermatologia, falou sobre os perigos que essas doenças podem ocasionar à saúde.
HIV
O HIV é uma doença crônica. A pessoa contaminada pelo vírus pode desenvolver a AIDS, doença que interfere na capacidade do organismo de combater infecções.
Sífilis
– Estágio 1: pode dar feridas na pele
– Estágio 2: pode dar erupção cutânea corporal
– Estágio 3: vai atingir órgãos internos, inclusive lesões cardiovasculares, ósseas, cutâneas e neurológicas.
Hepatites
As hepatites causam lesões hepáticas (fígado), sendo responsáveis por:
– Doenças agudas
– Doenças mais graves
– Quadros de doenças silenciosas
– Doenças leves: algumas vezes até sem sintomas ou doença crônica mais arrastada, podendo em alguns casos até levar a falência hepática e indicação de transplante hepático
Mas engana-se quem pensa que apenas o alicate é o único transmissor de doenças em salão de beleza. O uso das lixas de unhas e esmalte de uso coletivo também pode transmitir doenças, principalmente patológicas causadas por fungos e micoses em geral, de acordo com a especialista.
Ainda de acordo com Cristina, outros serviços de estética oferecidos também podem representar risco à saúde se não forem feitos da forma correta.
Barbeiro
Em uma barbearia, por exemplo, a lâmina do barbeiro deve ser descartável, pois caso contrário, pode transmitir as mesmas doenças do uso do alicate inapropriado: HIV, hepatite B, C, e sífilis.
Depilação
As ceras de depilação não devem ser reutilizáveis, já que no processo de depilação pode haver sangramento e contaminação.
>> Como saber se um equipamento (lâminas, alicates) estão em condições de uso?
A médica orienta que o consumidor conheça o espaço onde frequenta e verifique se está em boas condições de higiene. Pesquisar sobre o profissional que presta o serviço também é importante. Verifique se os materiais utilizados foram esterilizados. A médica também orienta a pedir que a embalagem que foi esterilizada seja aberta na hora de fazer o serviço.
>> Quais os cuidados que devem ser tomados quando se vai a um salão?
O primeiro passo é verificar se o salão que você frequenta está regularizado junto à Vigilância Sanitária Municipal. A vigilância local é responsável pela regularização e também pela fiscalização desses estabelecimentos. Cristina alerta que o ideal é que cada cliente leve seu próprio material, e além do já citado acima, saber se o profissional do estabelecimento está treinado para prestar o serviço com segurança e se utilizam equipamentos e materiais devidamente esterilizados.
>> Podemos compartilhar alicate, lixa, ou até mesmo lâmina de barbear com um familiar?
Para a médica, o ideal é que cada um tenha seu próprio material, mesmo sendo uma pessoa próxima e que você tenha a certeza que a pessoa não tem doenças como hepatite B, C, HIV, nem sífilis.
Como esterilizar os materiais em casa
Mesmo tendo o próprio material, é importante manter os cuidados de limpeza. Cristina orienta a lavar adequadamente os objetos com água e sabão. Depois, limpe com álcool 70%. Isso ajudará a manter a higienização regular dos equipamentos e materiais utilizados prevenindo contaminações e doenças.
Vale lembrar que esse método serve apenas para materiais de uso próprio.