Saúde

Outubro Rosa: apesar de diagnóstico de câncer de mama, mulher da à luz a criança no ES

A professora Rafaela Piontkovsky Bosa descobriu que estava com a doença ao se envolver em um acidente. Com o tratamento agressivo, ela não poderia viver o sonho da maternidade e chegou a perder o bebê da primeira gestação

Foto: arquivo pessoal

Nem mesmo um diagnóstico de câncer na mama impediu que a professora de educação especial Rafaela Aparecida Piontkovsky Bosa, de 38 anos, realizasse um sonho: ser mãe. Mas antes do desejo ser realizado, a professora passou por muitas dificuldades, já que precisava fazer tratamento contra a doença. 

A história de luta de Rafaela começou em 2012. Ela sofreu um acidente de moto e fraturou o úmero — osso localizado no braço. A partir do acidente, ela descobriu que estava com câncer. Durante três anos de tratamento, entre 2012 a 2015, a professora passou por dez cirurgias, oito sessões de quimioterapia, trinta de radioterapia e 17 de monoterapia.

O sonho de viver a maternidade ia sendo adiado por conta da doença. Para se cuidar, Rafaela, que mora em Santa Teresa, se deslocava até a Vitória para realizar as consultas, cirurgias e sessões pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A SURPRESA

Foto: arquivo pessoal

Por conta do tratamento agressivo e outros fatores de risco, Rafaela não poderia ser mãe. De acordo com a professora, além do câncer, ela possuí histórico de obesidade e hipertireoidismo, o que pode impedir a mulher de engravidar. O tratamento contra o câncer também estava levando Rafaela a entrar na menopausa. 

“Era o maior dos nossos sonhos. Mas a gente já estava com esse desejo caindo por terra”, disse Rafaela ao Folha Vitória.

Mas o que parecia impossível aconteceu. Em 2015, a professora engravidou, mas infelizmente o sonho foi adiado mais uma vez. Com seis semanas de gestação, a mulher perdeu o bebê que, apesar de não saber o sexo do criança, já tinha nome: Téo. “A gente ficou triste porque era um sonho. Só que ao mesmo tempo eu tive um aumento de esperança de que eu iria conseguir”, contou a mulher.

Sem desistir, Rafaela engravidou novamente e em 2017 a pequena Vitória nasceu. Atualmente, Vitória está com dois anos de idade. “Os médicos diziam que eu não ia conseguir, mas eu sentia Deus dizendo que eu iria conseguir, mas ainda não era a minha hora”, disse. 

Segundo Rafaela, apesar do câncer, a gestação foi tranquila.”Todos os médicos disseram que no terceiro mês eu já estaria com câncer novamente, mas graças a Deus nada aconteceu. Eu não tive nenhum problema gestacional e a minha gravidez foi muito tranquila”, finalizou. 

Foto: arquivo pessoal

PREVENÇÃO

Apesar de Rafaela não ter tido dificuldade em realizar o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o advogado especialista em direito médico, Yuri Iglezias, alerta que é um direito da mulher. Ele explica quem tem direito a realizar a mamografia pelo SUS.

“A lei 11.664/08 garante a que todas as mulheres a partir dos 40 anos possam fazer o exame pelo SUS, entretanto, se houver suspeita da doença (nódulos, secreção, dor, coceira) ou existir casos na família não existe restrição de idade”, revela. Se a doença for diagnosticada, o tratamento tem que começar em até 60 dias. 

Além da realização dos exames e do início imediato do tratamento, as pacientes oncológicas têm direito a todos os medicamentos necessários para o tratamento de sua enfermidade, seja ele de baixo custo ou de alto custo, de uso contínuo ou não. Muitos desses remédios são fornecidos pelo SUS, mas essa realidade nem sempre é possível por isso o advogado explica o que a pessoa pode fazer. “Se lhe for negado o tratamento a paciente deve procurar seus advogados ou defensoria para ajuizar a demanda judicial”, orienta.

Nos casos onde é preciso realizar a retirada da mama o tratamento pode incluir a mastectomia total ou parcial. E nesses casos, a paciente também terá direito a cirurgia plástica para restaurar o seio. A cirurgia de reconstrução deve ocorrer sempre que possível logo após a mastectomia.