A contaminação pelo novo coronavírus tem apresentado quadros mais graves em pessoas com comorbidades, como os pacientes cardíacos. Por isso, é muito importante a detecção precoce desses males, já que quase metade das vítimas fatais da covid-19 estava acometida por alguma enfermidade no coração.
Dentre os problemas cardiovasculares, um dos mais comuns é a Fibrilação Arterial (FA), doença crônica que, se não controlada e tratada, pode desencadear um Acidente Vascular Cerebral (AVC) incapacitante. Isso aumenta drasticamente os riscos de vida e causa sérios danos e sequelas nos pacientes.
A FA está diretamente ligada à parte superior do coração, chamada de átrio, cavidade que recebe o sangue venoso. Em um órgão saudável, as quatro câmaras existentes, que são o átrio direito, o esquerdo, ventrículo direito e o esquerdo, batem em um padrão rítmico e constante. Quando o coração está acometido pela FA, o bombeamento de sangue torna-se fraco e se acumula nos átrios. Quando isso acontece, um coágulo pode formar-se nessas cavidades, aumentando o risco de derrame.
Além disso, quando partes desse coágulo soltam-se e entram na corrente sanguínea por meio das artérias, o fragmento pode ser grande o suficiente para interromper o fluxo daquele vaso, causando assim a embolia. Em decorrência disso, parte do cérebro ficará sem oxigênio presente no sangue, fazendo com que as células nervosas parem de funcionar, ocasionando um AVC.
Apesar de a doença muitas vezes ser assintomática, algumas pessoas podem perceber mudanças que servem como indícios de possíveis problemas cardíacos. Batimentos cardíacos rápidos e irregulares, tonturas, dores no peito e palpitações são alguns exemplos. “É importante salientar que a detecção da FA seguida do tratamento adequado pode reduzir o risco de AVC em até 68%” ressalta Diego Hernandez, gerente de produtos da MedLevensohn. Uma alternativa eficaz de prevenção é o AFIB, monitor de pressão arterial capaz de identificar a fibrilação atrial antes que o quadro se agrave.
Mortes por doenças cardiovasculares em 2020
Segundo indicador da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares causaram a morte de 300.245 pessoas entre o dia primeiro de janeiro e 28 de setembro de 2020. São mais de 1.100 óbitos por dia, cerca de 46 por hora ou um a cada 1,5 minutos (90 segundos).
Essas enfermidades causam o dobro de mortes do que aquelas devidas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais do que todas as causas externas (acidentes e violência), três vezes mais do que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais do que todas as infecções, incluindo a AIDS. A SBC estima que, ao final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros terão morrido por doenças do coração e da circulação. Muitas dessas mortes, segundo a entidade, poderiam ser evitadas ou postergadas com cuidados preventivos e medidas terapêuticas.