Nesta terça-feira (11), é celebrado o Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson. A data tem como objetivo alertar a população sobre a doença por meio de informações relevantes sobre o problema e que colaboram para a prevenção e um diagnóstico cada vez mais rápido.
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Mas o que é a doença? Por que ela surge? Quais os sintomas? Infelizmente, o que leva um indivíduo a desenvolver o Parkinson ainda não é totalmente conhecido, porém, sabe-se que está ligado à degeneração gradual de regiões do cérebro principalmente relacionadas à coordenação dos movimentos.
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Segundo o neurocirurgião, especializado em Parkinson, Bruno Burjaili, a produção de dopamina (neurotransmissor responsável por levar informações para várias partes do corpo) fica comprometida. Sem a quantidade necessária, os sintomas passam a surgir e com o passar do tempo, evoluir.
Conheça 9 sintomas do Parkinson
Os sintomas do Parkinson podem estar ou não relacionados ao próprio movimentos (motores e não-motores). Além disso, variam de acordo com cada paciente, bem como o estágio da doença. Entre os principais, estão:
1. Tremores;
2. Rigidez dos movimentos;
3. Movimentos lentos;
4. Dificuldade para manter a postura;
5. Redução do equilíbrio;
6. Perda do olfato;
7. Distúrbios de sono;
8. Constipação (intestino preso);
9. Dificuldade para falar e engolir.
“Conhecer os sinais do Parkinson e saber identificá-los é essencial para buscar ajuda médica neurológica o mais rápido possível. Desse modo, pode-se iniciar o tratamento e ser mantida uma melhor qualidade de vida. Mesmo não existindo cura, as diversas estratégias que utilizamos para controlar os sintomas impactam muito a rotina de quem luta contra a doença”, explica Bruno.
Diagnóstico do Parkinson: como é realizado?
Segundo o especialista, o diagnóstico pode ser complicado logo no começo da doença. Entre os entraves que tornam o diagnóstico difícil nas etapas iniciais, o fato de não se manifestar nos movimentos. Muitas pessoas acreditam que somente os tremores tão característicos são importantes, porém, de acordo como Bruno Burjaili, não é bem assim.
“O diagnóstico de Parkinson pode ser difícil nas fases iniciais da doença, até porque alguns sintomas são sutis, e não se manifestam nos movimentos, existe também essa ideia geral de que apenas os tremores seriam importantes, o que não é verdade, as pessoas procuram ajuda quando eles começam a prejudicar a sua autonomia de forma mais acentuada, ou quando ficam com medo de consequências maiores”.
Para fechar um diagnóstico, é necessário avaliar detalhadamente a história do paciente e fazer o exame físico especializado, verificando se há tremor em repouso, membros rígidos, equilíbrio, além de outras características. “Exames de imagem não dão o diagnóstico, e devem ser solicitados apenas em situações excepcionais”, pontua o neurocirurgião.
Principais tratamentos
Apenas um profissional poderá definir qual será o melhor tratamento, o mais adequado para cada indivíduo. Serão levados em conta a progressão da doença, e o grau dos sintomas, além de diversos outros fatores.
Os medicamentos também são muito importantes, podendo, inclusive, mudar a rotina de quem vive com a doença. Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoterapia, exercícios físicos fazem parte da lista de cuidados.
Existe ainda a Estimulação Cerebral Profunda ou cirurgia de marca-passo cerebral. Bruno acredita que o tratamento pode levar a excelentes resultados.
“(…) A cirurgia é feita por meio do implante de eletrodos com em determinadas áreas do cérebro, permitindo a realização de uma estimulação elétrica controlada que consegue modular o funcionamento destas regiões, permitindo uma redução significativa dos tremores, da lentidão, da rigidez, de movimentos involuntários, e melhorando a qualidade de vida do paciente”..
Saiba se é possível prevenir o Parkinson
Apesar de não existirem mecanismos eficientes e de destaque que contribuam para a prevenção efetiva do Parkinson, Bruno aponta que a exposição a alguns tipos de agrotóxicos pode aumentar as chances de desenvolver o problema.
E a boa notícia fica por conta das atividades físicas. A prática constante de exercícios é o que apresenta maior quantidade de evidências acumuladas na ciência no sentido de evitar o problema.
“Além desses dados positivos sobre o exercício físico, há informações mais vagas sobre a chamada dieta MIND e o consumo de cafeína, precisamos conhecer ainda mais para descobrirmos como atuar de modo mais efetivo nas causas”, finaliza.
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