Saúde

Pesquisa aponta 17 aspectos de desinformação sobre câncer de pulmão

Apesar de afirmar que é bem informada, população não entende o real cenário da doença

Foto: Divulgação
Segundo a pesquisa, hoje 26% dos pacientes se informa na internet.

O câncer de pulmão atingiu mais de 31 mil brasileiros no ano de 2018. Mesmo com números tão impressionantes, a sociedade ainda não entende, de fato, a gravidade da neoplasia. É o que mostra a pesquisa desenvolvida pelo Instituto Datafolha, sob encomenda da farmacêutica AstraZeneca do Brasil e apoiada pelo Instituto Lado a Lado, com mais de 2 mil voluntários, entre pacientes diagnosticados com a doença e população em geral, em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Distrito Federal.

No Brasil, esse câncer é o segundo mais incidente nos homens e o quarto mais incidente nas mulheres. Segundo Ana Gelatti, vice-presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica, mesmo sendo uma doença silenciosa, uma vez que os sintomas nem sempre aparecem nos primeiros estágios da doença, a sociedade precisa se conscientizar sobre a questão. “Na maioria dos casos, o câncer de pulmão é evitável, já que está relacionado ao tabagismo. O importante é que as pessoas absorvam informação para se prevenirem da condição”, avalia.

Segundo a pesquisa, hoje 26% dos pacientes se informa na internet.

Destaques 

– 40% da população se considera bem informada a respeito do câncer de pulmão e metade deles foram diagnosticados ou tiveram parentes diagnosticados com a doença.

– A quimioterapia é o tratamento mais conhecido entre os pacientes com 95% de identificação, seguido pela radioterapia com 78%. Eles estão sendo ou foram utilizados por 74% e 37% dos pacientes, respectivamente.

– 19% dos brasileiros, cerca de 30 milhões de pessoas, declaram ter ou já ter tido um parente com câncer de pulmão.

– 43% dos pacientes foram diagnosticados por oncologistas, 20% por pneumologistas, 11% por cirurgiões torácicos e 5% por clínicos gerais.

– Menos da metade dos pacientes (49%) obtiveram um diagnóstico em até 3 meses. 13% dos pacientes só obtiveram o diagnóstico depois de um ano com a doença.

– O maior índice de diagnósticos está na faixa etária de 51 a 60 anos, que corresponde a 31%. Seguido por 61 e 70 anos, com 26% dos diagnósticos. As duas menores taxas são antes dos 40 com 8% e após os 81 com 3%.

– Cansaço ou fraqueza são os principais sintomas, com 44% de identificação, seguido por respiração ofegante e tosse persistente, ambos com 34%.

– O sintoma perda de peso foi mais citado pelos homens do que pelas mulheres.

– 11% dos diagnosticados levaram mais de meio ano para iniciar o tratamento.

– 70% da população entrevistada acreditam que o câncer de pulmão é fácil de ser diagnosticado precocemente. Porém, apenas 20% dos casos obtiveram diagnósticos em estágios iniciais e apenas um terço foi diagnosticado na fase 1, enquanto 35% dos pacientes diagnosticados sequer sabem em qual estágio a doença foi descoberta.

– Apenas 9% e 17% dos pacientes conhecem tratamentos inovadores, como terapia-alvo e imunoterapia, respectivamente.

– 32% dos pacientes tiveram que abandonar o trabalho devido às complicações causadas pela doença.

– Sentimentos de angústia, susto e medo da morte afetam a vida de 68% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão.

– O tabagismo é o principal fator causador da doença, e 72% da população e 70% dos pacientes estão de acordo com essa afirmação. Além disso, 95% da população concorda que fumantes passivos também podem ser afetados.

– O Brasil conta com 29 milhões de fumantes; 19% dos pacientes não pararam de fumar após o diagnóstico e 35% deles moram com alguém que possui hábitos tabagistas.

– Os médicos são a principal fonte de informação (59%), seguidos pela internet (26%). O Iinca é a principal fonte para apenas 3%.

– 11% dos pacientes alegam não se informar a respeito da doença.