Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) está estudando o sequenciamento do genoma do novo coronavírus utilizando a uma técnica denominada ‘nanoporos’, buscando entender a origem e a evolução do SARS-CoV-2. Com os resultados, será possível pensar e desenvolver possíveis curas para a doença.
O projeto é desenvolvido por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Ufes, sob a coordenação do professor Teodiano Bastos.
Segundo Bastos, a técnica de nanoporos permite fazer uma leitura ágil e eficaz, em tempo real, dos ácidos desoxirribonucleico (DNA) e ribonucleico (RNA) do vírus, permitindo o monitoramento e a análise do comportamento do coronavírus.
“Sequenciar o genoma do vírus fornece importantes pistas para entendermos sua origem e evolução e, com isso, desenvolvermos possíveis vacinas e curas. Na primeira etapa da pesquisa, já foi realizado um estudo de trabalhos disponíveis na literatura sobre o tema, e concluímos que sequenciar e analisar o novo coronavírus a fim de detectar suas mutações é extremamente necessário para a possível cura da doença e para evitar novos surtos de zoonoses, de doenças transmissíveis”, esclarece Bastos.
O professor, que também atua no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Ufes, ressalta que, a partir desse estudo inicial, já é possível traçar uma relação evolutiva e filogenética entre o vírus causador da COVID-19 com outros vírus presentes na vida selvagem. Daí é possível prever prováveis danos à saúde humana e sua capacidade de infecção, além de conhecer e analisar sua taxa de mutação, conforme o vírus é transmitido de humano para humano.
A pesquisa também pretende ajudar na prevenção de possíveis novos surtos da covid-19 e de outras doenças infecciosas. Além disso, o grupo vai contribuir para a criação de uma rede de pesquisa nacional, a fim de que as comunidades acadêmica e científica tenham mais facilidades de acesso ao conhecimento desenvolvido no país.
Equipe
Além do professor Teodiano Bastos, participam da pesquisa a professora do Departamento de Farmácia e Nutrição Greiciane Paneto e as estudantes Renata Torezani e Aura Vargas, do PPGBiotec. A pesquisa tem o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).