As abelhas costumam ser mais ativas no verão. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de evitar acidentes que levem a quadros mais sérios. Em Vila Velha, no bairro Alvorada, várias pessoas foram atacadas por abelhas. Entre elas, um menino de 11 anos. Por ser alérgico, precisou de atendimento médico.
Então, o que fazer no caso de ser picado por uma abelha? Como evitar complicações? O jornalismo do Folha Vitória foi buscar essas respostas para você.
Segundo o médico e referência técnica de animais peçonhentos do Centro de Informações e Assistência Toxicológica (CIATox), Nixon Souza, as reações desencadeadas pela picada de abelhas variam de acordo com o número de ferroadas, o local onde elas aconteceram, além do histórico do indivíduo.
“Em casos mais graves, pode ocorrer o choque, insuficiência respiratória e/ou renal aguda, levando o ser a óbito. Relato ainda que o número de acidentes com o animal costuma aumentar em janeiro, uma vez que o ambiente fica mais quente e úmido, provocando maior agitação e migração dos insetos para formação de novas colmeias”, destacou.
O que acontece após uma ferroada
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, algumas manifestações ocorrem logo após a picada. Elas podem ser locais, regionais e sistêmicas.
De maneira geral, logo depois uma ferroada, a dor no local é bastante intensa. Ela tende a desaparecer espontaneamente em poucos minutos. A área permanece avermelhada, inchada e coçando por horas ou até mesmo dias. É a intensidade desta reação inicial, desencadeada por uma ou múltiplas picadas que vai alertar para um possível estado de sensibilidade maior.
Um segundo ponto importante é quando, além da vermelhidão e da coceira, o inchaço evolui para o endurecimento do local com aumento de tamanho nas primeiras 24/48 horas, diminuindo gradativamente nos dias seguintes. Em menos de 10% dos indivíduos elas podem evoluir e levar a reações sistêmicas.
As chamadas reações sistêmicas se apresentam por meio de reações alérgicas graves. Os sintomas têm início rápido, em geral, de 2 a 3 minutos após a picada.
Dor de cabeça, vertigens e calafrios, agitação psicomotora, sensação de aperto no peito) e outros sintomas podem surgir, também, como coceira generalizada, vermelhidão, placas avermelhadas na pele e inchaço nos vasos sanguíneos das camadas profundas da pele. Veja mais sintomas:
– Respiratórios: rinite, inchaço de laringe provocando dificuldade para respirar, rouquidão;
– Digestivos: coceira no céu da boca ou na faringe, inchaço nos lábios, língua, úvula e epiglote, dificuldade para engolir, náuseas, cólicas abdominais ou pélvicas, vômitos e diarréia;
– Cardiocirculatórios: a pressão baixa é o maior sinal de que algo não vai bem no sistema cardiocirculatório. Ele se manifesta por tontura. Palpitações e arritmias cardíacas podem acontecer quando há lesões preexistentes (arteriosclerose), infartos isquêmicos no coração ou cérebro.
Vale lembrar que existem relatos de casos raros de reações alérgicas que ocorrem vários dias após depois por meio de dor nas articulações, febre e encefalite.
Ataques múltiplos de abelhas; o que fazer
Quando um indivíduo é picado por múltiplas abelhas é desencadeado um quadro tóxico generalizado chamado síndrome de envenenamento. Isso acontece por causa da quantidade de veneno inoculada.
Ainda de acordo com o médico e referência técnica de animais peçonhentos do CIATox, Nixon Souza, algumas ações são essenciais caso ocorra um incidente com abelhas.
“Caso seja atacado, o cidadão deve correr em zig-zag no ambiente aberto, plantação ou mergulhar em rios ou piscinas. Assim que estiver protegido, ele pode ajudar os companheiros cobrindo-os com uma coberta, mas sempre em uma distância segura e que não tenha abelhas sobrevoando”, disse.
Procurar ajuda médica o mais rápido possível é fundamental para o socorro do indivíduo. Você pode receber orientações gratuitamente por meio do número de telefone do CIATox, 0800 283 9904. O serviço funciona 24 horas por dia.
Também é possível buscar ajuda por meio do número de telefone do Corpo de Bombeiros, 193, e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 192.
Ataques de abelhas no Espírito Santo
Segundo a secretaria de Estado da Saúde, De 2017 a 2022, 11 mortes foram registradas em decorrência de picadas de abelhas.
Em todo ano passado, foram notificados 536 acidentes por abelhas no Estado, o que representa um aumento de 92,8% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Na ocasião, ocorreram 278 incidentes.
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