Uma plataforma inédita no Espírito Santo promete agilizar os diagnósticos de câncer. Desenvolvida em 2019, o projeto acontece após uma parceria entre a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória. Em dois anos de funcionamento, a plataforma já fez 200 análises.
A agilidade da plataforma visa ajudar pacientes como a professora Gabriela Favarato, que descobriu o câncer em janeiro enquanto fazia exames de rotina.
O caso complexo fez com que o diagnóstico demorasse e só após seis meses ela pôde começar o tratamento com quimioterapia.
“Quando eu tive o diagnóstico e vi o que era o estágio 3, são seis meses de tratamento. Eu podia fazer esse tratamento desde fevereiro ou março, mas eu só iniciei agora. Ontem, por exemplo, eu fiz uma quimioterapia, mas eu acabei a primeira rodada e são seis ciclos. Então eu vou arrastando isso por um ano para fechar esse diagnóstico todo”, explicou.
A plataforma em questão, deve acelerar o diagnóstico de casos mais difíceis de se descobrir, como o da Gabriela.
Segundo explica a coordenadora do Digipath, Sandra Ventorin, tudo acontece em uma lâmina que, a partir de uma amostra de tecido, dá início à análise.
“A gente utiliza lâminas que são provenientes de biópsias, feitas pelos médicos quando o paciente tem o diagnóstico. A partir dessas lâminas a gente captura as imagens com o scanner e digitalizando essa imagem a gente vai trabalhar ela no computador. Assim, podemos visualizar os detalhes, o que é feito e também temos a vantagem de compartilhar essas imagens com outros profissionais que possam contribuir para que o diagnóstico seja mais apurado.”
A plataforma começou a ser desenvolvida em 2019, mas só recentemente começou a atender pacientes. Trata-se de uma parceria entre a Ufes e o Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória. O serviço está aberto a todos os patologistas do Estado.
Em dois anos de funcionamento, a plataforma já realizou cerca de 200 análises de pacientes com casos complexos de câncer.
Graças à digitalização, profissionais até de outros países podem ajudar no diagnóstico.
O Instituto Nacional do Câncer estima que sejam descobertos mais 13.410 casos por ano, apenas no Espírito Santo. Só no Santa Rita, são 2,8 mil pacientes em tratamento.
Os profissionais acreditam em aumentar a capacidade das análises nos próximos anos, para que os diagnósticos sejam revelados de forma mais rápida.
* Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/Record TV’.
