Saúde

Poluição sonora contribui para o aumento de casos de surdez nas grandes cidades

Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a poluição sonora é a segunda maior causa de poluição do planeta

Foto: Divulgação

Toda metrópole do mundo é barulhenta. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a poluição sonora é a segunda maior causa de poluição do planeta. Os ruídos estão por toda a parte. Segundo especialistas, a overdose de barulho a que estamos sujeitos diariamente, seja nas ruas, no trabalho, em boates e até mesmo em casa, traz diversos prejuízos à saúde, como dor de cabeça, estresse, alterações no sono e perda de audição.

“Pessoas que frequentam ou trabalham em ambientes barulhentos podem sofrer danos auditivos cada vez mais severos, dependendo do tempo e da intensidade do som. A perda auditiva induzida por ruído é cumulativa e os efeitos raramente são sentidos de imediato. Por isso, muitas pessoas não têm consciência do problema”, explica a fonoaudióloga Marcella Vidal. 

“Com ruídos de mais de 90 decibéis, há riscos de dano auditivo caso a permanência seja prolongada nesses locais. No entanto, existem pessoas mais suscetíveis aos altos ruídos do que outras, dependendo do fator genético. Recomendo o uso de protetores auriculares em ambientes barulhentos porque eles diminuem o volume de som que entra pelos ouvidos. Além disso, sugiro que todas as pessoas, a partir dos 40 anos, façam um exame chamado audiometria para detectar se já têm perda auditiva e obtenham orientações para prevenir ou impedir o agravamento da deficiência”, explica Vidal, que é especialista em audiologia.

Moradores de ruas e regiões barulhentas da capital paulista já estão apostando na instalação de janelas acústicas, na tentativa de fugir do ruído provocado por carros, ônibus, motos, obras, bares e restaurantes. A fonoaudióloga alerta, porém, que os cuidados com a audição devem ir além das janelas acústicas. Precisam ser diários e redobrados.

“Esta iniciativa é positiva porque estamos falando de prevenção. No entanto, sabemos que apenas isso não é suficiente. Os cuidados têm que ser no dia a dia, mudando hábitos já arraigados, muitas vezes, como por exemplo, o de assistir TV em alto volume e aumentar o som da música no carro; sem falar no volume com que se escuta música nos fones de ouvido”, lembra Vidal. 

TABELA DE INTENSIDADE SONORA

• próximo ao silêncio total – 0 dB

• um sussurro – 15 dB

• conversa normal – 60 dB

• voz humana alta – 75 dB

• máquina de cortar grama – 90 dB

• ruído do metrô – 90 dB

• buzina de automóvel – 110 dB

• trovão forte – 120 dB

• show de rock – 120 dB

• tiro ou rojão – 140 dB

• avião a jato na pista – 140 dB