Com as temperaturas mais baixas registradas no Espírito Santo nesta semana, é comum escutar pessoas reclamando de dores que antes não faziam parte da rotina. A situação acontece principalmente nas articulações e nas famosas “dores musculares”.
Mas será que essa relação entre dores e frio é verdadeira? A resposta é sim! Um estudo realizado pela Escola de Medicina de Harvard, revelado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro e Cotovelo, demonstrou que 67% dos entrevistados sentem mais dores quando ocorre alguma mudança brusca na temperatura.
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Estudos também demonstram que, o corpo humano, para funcionar bem, deve ser mantido a uma temperatura interna entre 36°C e 37°C. Essa não é considerada uma tarefa muito fácil quando os termômetros caem no inverno e muitas vezes marcam, por exemplo, 10 °C na estação gelada.
Em entrevista ao jornal Folha Vit´ória, a médica anestesiologista especialista em Tratamento da Dor na Relevium, Mariana Suete, destaca que sentimos mais dores, principalmente nas mãos, pés e joelhos, devido à contratura muscular. Essa contração faz com que chegue menos sangue nos músculos.
“Além disso, também temos a alteração na viscosidade do líquido sinovial- que fica dentro da articulação – que se associa à dor articular. As dores mais comuns são as dores musculares e articulares – a síndrome miofascial, fibromialgia, as artrites e artroses de forma geral”, descreve a especialista.
A médica descreve que essa alteração torna mais difícil a mobilidade do líquido dentro da articulação. “Isso prejudica o funcionamento articular, piorando as dores no frio”.
O fisioterapeuta, pós-graduado em Fisioterapia Neurológica, Rodrigo de Alencar Guimarães, destaca que, entre as principais queixas apresentadas na clínica no período mais frio estão as dores de coluna que são lombalgia e cervicalgia.
O que fazer se a dor persistir?
Rodrigo Guimarães explica que quando a dor aparece, é sinal de que algo está errado. “Portanto, a recomendação é sempre procurar o especialista para diagnosticar a causa da dor e não apenas tratar a dor, quando não corresponde mais aos tratamentos usuais”.
Qual o tratamento necessário para dor?
Os tratamentos para dor podem variar dependendo da causa e da gravidade da situação do paciente. Isso é o que explica o médico anestesiologista especialista em Tratamento da Dor, André Félix.
“Cada caso requer um tratamento personalizado para atender às necessidades indivíduais dos pacientes. Eles podem incluir bloqueio simpático venoso, tratamentos não invasivos como acupuntura, fisioterapia, técnicas de relaxamento, e em alguns casos, procedimentos mais invasivos, como bloqueios nervosos”, afirma.
Confira algumas dicas para amenizar as dores
– Mantenha-se aquecido: utilize compressas de água quente caso necessário, use roupas adequadas, especialmente nas áreas afetadas pela dor;
– Use roupas quentes: materiais considerados mais adequados para o inverno, como por exemplo a lã são essenciais;
– Faça exercícios: atividades físicas leves e alongamentos podem ajudar a aliviar a tensão muscular e a rigidez;
– Aplique calor local: utilize compressas quentes ou bolsas de água quente nas áreas doloridas para aliviar a dor;
– Ingestão de alimentos quentes: bebidas quentes, como chás ou sopas quentes, podem proporcionar um efeito reconfortante e relaxante, além de ajudar a aquecer o corpo.
Atenção: não tomar remédios para dor sem orientação
Além disso, os especialistas explicam que, diante das dores, muitos pacientes possuem o hábito e o costume de realizar o uso de medicações para dor sem orientação médica.
Entretanto, isso é muito arriscado, pois os remédios podem ter efeitos colaterais graves como, por exemplo: disfunção renal e sangramentos gastrointestinais.
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