
Os espasmos musculares durante o sono são experiências comuns que muitas pessoas vivenciam em algum momento da vida. Você está prestes a adormecer quando, de repente, sente seu corpo dar um “tranco” ou uma parte específica, como as pernas ou os braços, se contrair involuntariamente.
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Esses movimentos, conhecidos como espasmos hípnicos, intrigam tanto os que os experimentam quanto a ciência médica. Embora sejam geralmente inofensivos, compreender por que eles acontecem pode ajudar a aliviar preocupações e até mesmo a melhorar a qualidade do sono.
O QUE SÃO ESPAMOS HÍPNICOS?
Espasmos hípnicos, também chamados de mioclonias noturnas ou sacudidas hipnagógicas, são movimentos musculares súbitos e involuntários que ocorrem durante a transição do estado de vigília para o sono. Esses movimentos podem variar em intensidade, indo de um leve tremor até uma contração forte o suficiente para despertar a pessoa.
De acordo com o neurologista Dr. Pedro Menezes, especialista em distúrbios do sono, esses espasmos são fenômenos naturais do sistema nervoso.
“Eles acontecem em um momento de relaxamento muscular progressivo, quando o corpo está se preparando para o repouso. É como se o cérebro enviasse impulsos errados para os músculos nesse processo de ajuste”, explica o especialista.
CAUSAS DOS ESPAMOS HÍPNICOS
Embora as causas exatas dos espasmos hípnicos ainda não sejam totalmente compreendidas, estudos sugerem que vários fatores podem estar envolvidos. Dr. Menezes destaca algumas das possíveis razões:
Transição entre os estados de consciência
Durante o início do sono, o cérebro entra em um estado chamado sono não REM (movimento rápido dos olhos). Nesse estágio, a atividade cerebral começa a desacelerar, mas pode haver sinais conflitantes que provocam os espasmos.
Estresse e ansiedade
O excesso de estresse ou preocupações pode aumentar a probabilidade de espasmos. “Pessoas ansiosas frequentemente têm dificuldade em relaxar completamente, e isso pode refletir em movimentos involuntários”, observa o médico.
Fadiga muscular
O excesso de esforço físico durante o dia também é uma causa comum. Músculos muito cansados tendem a reagir de forma mais abrupta ao relaxamento.
Estímulos externos
Sons altos, luzes ou outras distrações no ambiente podem interferir no processo de adormecimento, desencadeando os espasmos.
Consumo de estimulantes
Substâncias como cafeína, nicotina e alguns medicamentos podem deixar o sistema nervoso mais alerta, dificultando o relaxamento e favorecendo esses movimentos.
ELES SÃO PERIGOSOS?
Na maioria dos casos, os espasmos hípnicos são completamente benignos e não indicam nenhum problema de saúde grave. “Eles não representam risco para a saúde, a menos que estejam associados a outros sintomas, como dificuldade em respirar ou dores constantes”, tranquiliza o Dr. Menezes.
Contudo, em situações raras, espasmos frequentes podem ser um sinal de distúrbios do sono mais graves, como a síndrome das pernas inquietas ou a epilepsia mioclônica noturna. Por isso, se os movimentos são recorrentes, intensos ou impactam a qualidade do sono, é recomendável procurar um médico.
A CIÊNCIA POR TRÁS DOS ESPAMOS
Um dos debates mais interessantes sobre os espasmos hípnicos é o motivo pelo qual o cérebro os provoca. Uma hipótese popular, chamada de teoria evolutiva, sugere que esses espasmos podem ser um resquício de nossos ancestrais primatas.
O Dr. Menezes explica: “Nos primatas, esses movimentos poderiam ter servido para alertar o indivíduo de que ele estava em um local inseguro, como uma árvore, evitando quedas”.
Além disso, do ponto de vista neurológico, os espasmos podem estar relacionados à sincronização dos sistemas nervoso e muscular durante a transição para o sono. O cérebro, ao desligar partes do corpo, pode erroneamente enviar sinais elétricos para os músculos, resultando em movimentos bruscos.
COMO REDUZIR OS ESPAMOS HÍPNICOS?
Embora não seja possível eliminá-los completamente, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a diminuir a frequência dos espasmos:
Mantenha uma rotina de sono consistente
Ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias ajuda o corpo a regular seu relógio biológico, reduzindo a chance de interrupções no sono.
Pratique técnicas de relaxamento
Meditação, ioga ou respiração profunda podem aliviar o estresse e a ansiedade antes de dormir, promovendo um sono mais tranquilo.
Evite estimulantes à noite
Reduza o consumo de cafeína e evite o uso de dispositivos eletrônicos nas horas que antecedem o sono.
CRIE UM AMBIENTE CONFORTÁVEL PARA DORMIR
Mantenha o quarto escuro, silencioso e em uma temperatura agradável. Um ambiente propício ao descanso pode prevenir estímulos que desencadeiam os espasmos.
Adote hábitos saudáveis
Alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos ajudam a manter o corpo e o sistema nervoso em equilíbrio.
QUANDO PROCURAR AJUDA MÉDICA?
Se os espasmos são acompanhados de outros sinais, como insônia, cãibras dolorosas ou sensação de formigamento constante, pode ser necessário consultar um especialista. O Dr. Menezes recomenda atenção especial se os espasmos estão associados a:
– Sensação de falta de ar durante o sono.
– Despertares frequentes, prejudicando a qualidade do descanso.
– Sintomas de dor ou desconforto persistente.
– Relatos de quem vivencia os espasmos
Muitos que passam por espasmos hípnicos relatam experiências semelhantes. A estudante Mariana Costa, de 22 anos, conta: “É como se eu estivesse caindo em um buraco e, de repente, meu corpo dá um pulo. Às vezes, isso até me assusta, mas nunca achei que fosse algo sério.”
Já o professor André Souza, de 38 anos, compartilha: “Eu percebo que esses espasmos acontecem mais quando estou muito estressado ou bebi café à noite. Depois que comecei a meditar antes de dormir, eles diminuíram bastante.”
Espasmos hípnicos são parte do fascinante funcionamento do corpo humano. Embora possam ser desconfortáveis ou, em alguns casos, até intrigantes, eles são geralmente inofensivos e sinalizam apenas um ajuste natural do sistema nervoso durante o sono.
Compreender os gatilhos e adotar hábitos saudáveis pode ajudar a reduzir sua ocorrência e promover noites de descanso mais tranquilas. Se você experimenta esses movimentos com frequência ou está preocupado, não hesite em buscar orientação médica. Afinal, um sono de qualidade é essencial para a saúde e bem-estar geral.