Nesta quinta-feira (25), a primeira criança gerada por meio de técnicas de reprodução assistida, a britânica Louise Joy Brown, completa 41 anos. Desde então, estima-se que mais de 8 milhões de bebês já nasceram a partir de alguma técnica de reprodução assistida no mundo. No Brasil, a primeira criança gerada por fertilização in vitro, Ana Paula Bettencourt Caldeira, nasceu em 7 de outubro de 1984, na cidade de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
Dados inéditos da Anvisa mostram que o número de fertilizações por meio de inseminação artificial vem crescendo no Brasil. De acordo com o 12º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), em 2018 foram realizados 43.098 ciclos de fertilização in vitro, contra 36.307 em 2017.
A comparação entre os dois anos resultou em um crescimento de 18,7% na quantidade de procedimentos.
Reprodução assistida
Os ciclos de fertilização in vitro consistem em um tratamento que estimula a produção de óvulos e a retirada das células reprodutoras para a realização de fertilização. Entretanto, embora tenha havido um aumento na realização desses ciclos, os números não retratam, necessariamente, que tenha ocorrido um crescimento proporcional do número de gestações, pois nem sempre os tratamentos são bem-sucedidos.
Ciclos por estados
De acordo com dados do relatório, o estado que mais realizou ciclos foi São Paulo, com 20.170 ciclos, o que representa 46,8% do total do país. Em segundo lugar ficou Minas Gerais, com 4.221 ciclos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 3.959 ciclos. O estado com menor número de fertilizações foi Tocantins, com 78 ciclos.
O relatório mostra que também houve um aumento no número de congelamento de embriões. Segundo a Anvisa, em 2018 foram congelados 88.776 embriões, contra 78.216 congelamentos em 2017, um aumento de 13,5%.
A região Sudeste lidera o número de congelamentos, representando 65% dos que são feitos no país, seguido pela região Sul, com 14%, região Nordeste, com 13%, região Centro-Oeste, com 7% e, por último, a região Norte, com 1% dos congelamentos embrionários.
Os dados da Anvisa informam que do total de ciclos (43.098) e de congelamentos (88.776), 70.908 foram transferidos para o útero das mulheres que realizaram os procedimentos, sendo eles frescos ou não.
Autoridades mundiais discutem os avanços da reprodução assistida durante CBRA 2019
Curitiba está na contagem regressiva para sediar um dos maiores encontros internacionais sobre reprodução assistida, que reunirá os principais nomes do assunto no mundo. O XXIII Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (XXIII CBRA) ocorrerá de 31 de julho a 3 de agosto, na capital paranaense, e terá como tema “Plantando sementes, gerando vidas”. Em sua 23ª edição, o Congresso é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e abordará aspectos de cada área envolvida no processo de reprodução assistida.
Participam do evento profissionais de todas as áreas envolvidas em reprodução, como médicos, embriologistas, enfermeiros, psicólogos, biólogos, especialistas em reprodução humana e áreas afins como ginecologistas, urologistas, mastologistas, oncologistas, gestores de clínicas. “É o momento mais aguardado do ano para os especialista na área. Reuniremos, em um só lugar, as maiores autoridades nacionais e de outros países para discutir o que temos de mais avançado em técnicas, tecnologias e questões éticas. Deste encontro sairá debates e diretrizes que basearão a reprodução assistida no mundo inteiro”, explica Hitomi Nakagawa, presidente da SBRA.