Saúde

Primeira morte por sarampo é confirmada; veja quem deve tomar a vacina contra a doença

Sarampo voltou a circular no Brasil e, São Paulo, além de ser a principal região com casos ativos da doença, confirmou a primeira morte

Foto: Divulgação / Pexel
Existe risco maior de complicações em crianças, pois seu sistema imunológico ainda não está completamente formado. 

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a primeira morte por sarampo na cidade de São Paulo na quarta-feira, 28. Com o surto da doença em diferentes localidades, a preocupação da população com a prevenção da doença aumenta. Diversas pessoas estão em dúvida se há a necessidade de tomar o reforço da vacina ou não. 

De acordo o pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), depende de cada caso. Se a pessoa tiver o registro das duas doses da vacina na carteira de vacinação, sendo a primeira dose tomada após 1 ano de idade, não precisa tomar o reforço.

Somente após o ano 2000 é que a vacina contra o sarampo passou a ser ministrada em duas doses no país. Portanto, quem nasceu antes de 2000 provavelmente não tomou a segunda dose e deve tomar o reforço.

“A vacina monovalente, que era ministrada em uma única dose antes de 1 ano de idade, não era tão eficaz como a trivalente, oferecendo apenas 70% de proteção, por causa da interferência dos anticorpos da mãe”, explica o médico.

Foto: Divulgação

Há outras formas de se proteger contra o sarampo, além da vacina?
Receber duas doses da vacina contra o sarampo após os 12 meses de idade é a única maneira de se prevenir da doença. O esquema vigente do Ministério da Saúde para crianças é o de uma dose da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ao 1 ano de idade e uma da quadrupla viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) ao 1 ano e 3 meses de idade. Para quem não se vacinou no período, a tríplice viral é oferecida gratuitamente em duas doses até os 29 anos ou em uma dose dos 30 aos 49 anos. Os demais podem recorrer às clínicas privada.

Crianças são mais suscetíveis à doença? Não, mas há um risco maior de complicações, pois seu sistema imunológico ainda não está completamente formado. 

Sintomas da doença 

Febre alta, bolinhas no corpo, tosse, dor de garganta e conjuntivite. A diferença é que há maior chance em se tornar grave em crianças, evoluindo para complicações como pneumonia, problemas gastrointestinais, encefalite e meningite, explica o médico

Grávidas não podem tomar a vacina. Como se proteger? 

A primeira forma de proteção é que todas as pessoas do seu meio, como familiares e colegas de trabalho, estejam vacinados, explica o especialista. Já em relação a espaços públicos, como é uma doença transmitida pelas vias respiratórias, a única forma de garantir a proteção, caso haja um surto, seria evitar aglomerações e ambientes fechados. 

Quem já teve sarampo deve tomar a vacina de reforço? Quem já teve comprovadamente sarampo não precisa tomar reforço da vacina, pois está imune à doença. “Mas é necessário que seja comprovadamente, porque há muitas doenças com sintomas similares. Se ficar na dúvida, pode tomar. Não há problema uma pessoa que já teve sarampo tomar a vacina contra a doença”, afirma o pediatra Juarez Cunha. 

Idosos não estão entre os grupos de risco?
Pessoas com mais de 60 anos, teoricamente, tiveram sarampo na infância, pois era uma doença altamente prevalente e não precisam desse reforço, segundo o médico.

Quem perdeu a carteira de vacinação e não sabe quantas doses tomou, como deve agir? Em casos de perda da carteira de vacinação, que impossibilita a checagem das doses de vacina tomadas durante a vida, o médico orienta que sejam ministrados duas doses do imunizante.