Uma atividade fundamental, mas que ganhou ainda mais visibilidade na pandemia. Se antes falar em procurar acompanhamento psicológico era considerado um tabu, hoje as pessoas estão cada vez mais abertas à terapia.
No entanto, a busca por um psicólogo ainda é um processo que gera dúvidas e, infelizmente, acaba deixando alguns pelo caminho. A reportagem do Folha Vitória resolveu tirar as principais dúvidas sobre esse processo e te ajudar a encontrar um psicólogo que seja ideal para você.
Para começar, uma pergunta simples: afinal, psicólogo é tudo igual? De acordo com a psicóloga clínica, Lays Oliveira, a resposta é não!
“Existem vários campos de atuação nos quais a psicologia pode exercer sua ciência, como por exemplo a psicologia clínica, hospitalar, escolar, forense. Assim como existe diferentes formas de enxergar o ser humano no mundo. Essas diferenças influenciam diretamente em sua metodologia e fundamentação das suas intervenções, o que faz os psicólogos se diferenciarem em suas abordagens. Além disso, existe a subjetividade de cada cliente versus terapeuta, que influencia ao longo do processo”, explicou.
E como eu vou saber qual a melhor opção para mim?
A especialista explicou que a escolha do psicólogo faz muita diferença no processo terapêutico. Disse ainda que uma das principais formas de garantir o sucesso do acompanhamento psicológico é manter um bom vínculo e relação entre profissional e cliente.
“As sessões não serão satisfatórias se não houver uma conexão e entendimento mútuo. Mesmo se o psicólogo for considerado um profissional renomado e a abordagem psicológica for a correta para o perfil do paciente, não será possível aproveitar os benefícios da terapia, se não houver vinculo terapêutico”, disse.
O que eu devo observar para escolher um bom profissional?
Lays disse que ao se perguntar como escolher um bom psicólogo ou psicóloga, você deve considerar os seguintes fatores:
– sensibilidade
– empatia
– escuta
– acolhimento
– ética profissional
“Por isso, o ideal é conhecer, pesquisar e buscar aquela que mais se adequa ao seu perfil, e além de tudo perceber se há uma boa relação terapêutica”, disse.
Quais são os tipos mais comuns de terapia?
Existem vários métodos terapêuticos e, segundo a psicóloga, esses métodos são relacionados a tudo que gera prazer e bem-estar ao indivíduo, e vão desde realizar alguma atividade, exercícios, arte, leitura, dança ou até pausas.
“Já no aspecto da psicoterapia e análise, existem algumas vertentes científicas nas quais o psicólogo se baseia para exercer a suas intervenções”, disse.
Veja quais são as principais:
1. Psicanálise
2. Psicologia Analítica
3. Behaviorismo
4. Terapia Cognitivo Comportamental
5. Psicologia Humanista
Mas e se eu não gostar do profissional logo “de cara”, devo insistir?
“Se você não se sentir confortável com o psicólogo selecionado, não hesite em procurar outro profissional. Você pode achar que a psicoterapia não é para você, mas na verdade, você e o profissional não criaram o que chamamos de vínculo terapêutico, que é muito importante durante esse processo”, afirmou.
Lays disse também que, neste caso, é aconselhado conversar com o próprio psicólogo sobre as suas dificuldades para que sejam feitos ajustes nas sessões ou para que outro profissional seja recomendado. “O importante é não desistir de procurar ajuda quando necessário”.
E qual a diferença entre o desabafo e a psicoterapia?
Diferente do que muitos pensam, fazer terapia não é apenas falar sobre a vida, como se faz com os amigos. Entenda a diferença:
O que é desabafar?
“O desabafo por si só tem finalidade de aliviar as tensões por meio de relatar os problemas aos amigos, familiares ou conhecidos. Não é raro nos sentirmos bem logo após desabafar, falar de coisas que nos incomodam. Costumo dizer que quando desabafamos, conseguirmos esvaziar caixinhas dentro da gente, para que possamos preenche-las novamente”, disse.
Apesar do alívio trazido pelo desabafo, existem momentos na vida em que so desabafar não é o suficiente para resolver algumas demandas existenciais e de ordem emocional.
Buscar ajuda de um profissional da área de saúde vai muito além de desabafar com um amigo.
O que é a psicoterapia?
“Enquanto a conversa com um amigo, na maioria das vezes, existe a troca de experiências, na escuta profissional do terapeuta, há descrição, sigilo, ausência de julgamentos, escuta atenta e presente para a demanda que o cliente traz. Nesse ambiente a pessoa pode se abrir sem restrições”, explicou.
Quem busca a psicoterapia, segundo a psicóloga, relata acontecimentos e experiências da vida, buscando por mudanças, autocuidado e autoconhecimento, ou seja, alternativas para mudar o que está causando mal-estar.
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