Saúde

Quedas, janelas e outros: 10 dicas de como prevenir os traumas em crianças

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o trauma mata anualmente cerca de 5,8 milhões de pessoas em todo mundo

O trauma mata anualmente cerca de 5,8 milhões de pessoas em todo mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). É, também, a maior causa de mortes entre crianças na faixa etária de 0 a 9 anos de idade.

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), revelam que milhões de crianças perdem a vida em decorrência de acidentes todos os anos ou ficam com sequelas permanentes.

Foto: Diego Simão/TV Vitória

Usado para descrever lesões desencadeadas por uma situação inesperada (acidentes de várias naturezas, agressões ou violência) e que podem levar a feridas graves e afetar órgãos, o trauma requer socorro rápido, segundo especialistas.

No Brasil, as principais causas externas de morte em crianças são os acidentes de transporte, afogamentos, outros riscos acidentais à respiração e violências. 

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Segundo Hélio Machado, diretor-executivo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e cirurgião de trauma no Hospital Estadual Alberto Torres, no Rio de Janeiro, acidentes automobilísticos e as agressões interpessoais se destacam no país. 

“Ferimentos com arma de fogo e arma branca devem ser mencionados. Em algumas regiões os afogamentos também merecem atenção. O consumo de bebidas alcoólicas está bem estabelecido como um dos fatores que influenciam o acontecimento de eventos traumáticos, mas existem múltiplos fatores, como desobediência a regras de trânsito, por exemplo”, explica.

Outro ponto muito importante está diretamente ligado à fragilidade das crianças. Principalmente no que tange a resposta às lesões. Hélio Machado ainda faz um alerta para a incapacidade delas se prevenirem.  

“Um adulto atropelado em baixa velocidade por exemplo, é muito diferente de uma criança atropelada pelo mesmo veículo. Toda a sua área corporal pode ser atingida ao mesmo tempo (,cabeça, tórax abdômen e membros inferiores). No adulto poderiamos ter apenas lesão nas pernas. É bem diferente. As crianças, desta maneira, estão mais expostas aos traumas e quando são acometidas, as lesões podem ser mais graves”, destaca.

No último fim de semana, médicos e diversos profissionais da área de saúde do Estado, de Minas Gerais e da Bahia se reuniram em Vitória para debater a importância da prevenção e da cirurgia de urgência e emergência. 

Para Doglas Gobbi Marchesi, mestre do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, entre as inúmeras dificuldades para vencer o problema desencadeado pelos traumas, está a incorporação de novas tecnologias que melhorem o atendimento e formação profissional em cirurgia do trauma. 

Ele aponta ainda “a difusão da cirurgia minimamente invasiva, fomento a eventos científicos e o represamento de cirurgias devido à pandemia, aumentando os casos de piora do quadro dos pacientes e, consequentemente, aumentando a demanda por cirurgias de urgência”.

Hélio Machado, acredita que é preciso investir em ações que desacelerem as estatísticas atuais. Por ser tratado como epidemia, o trauma, merece uma atenção maior, além de investimentos em campanhas de prevenção, por exemplo. 

O cirurgião lembra também que estruturar uma rede de atendimento ao paciente vítima de trauma e treinamento de profissionais e formação de equipes dedicadas, também é fundamental para isso.

Traumas consomem grande parte dos recursos financeiros dos hospitais 

Um outro quesito que preocupa a classe médica é o fato do trauma consumir grande parte dos recursos não só financeiros, mas também de pessoal dos hospitais. 

A redução no número de atendimentos por trauma, como consequência, levaria a gastos menores com o problema.

“A lógica é de que sobre mais recursos para se investir em doenças onde a prevenção não é tão eficaz, levando a uma menor ocupação dos equipamentos hospitalares, melhorando o desempenho em outras áreas de atuação”.

Apesar dos tratamentos evoluírem e se tornarem cada vez mais eficazes, a prevenção sempre será a melhor opção para esses casos. Isso por que a lesão em si, pode levar a uma perda irreparável na qualidade de vida do paciente.

“O tratamento tem ficado cada vez mais eficaz, mas a natureza da lesão por vezes é imperdoável e o tratamento, nem mesmo com todos os recursos é capaz de obter um bom desfecho. Portanto, nossa mensagem é sempre a de prevenção”, conclui.

Algumas dicas básicas para prevenir os traumas em crianças

1. Jamais deixe as crianças brincarem em garagens e entradas de casas ou condomínios;

2. Nos parquinhos, veja antes se os brinquedos estão em boas condições;

3. Ensine a criança para que sempre olhe para os dois lados, várias vezes, antes de atravessar a rua na faixa de pedestres. Ela só deverá concluir a travessia quando houver segurança;

4. Vista as crianças com roupas claras;

5. Não deixe o ferro de passar roupas ligado quando houver crianças por perto;

6. Evitar ficar com a criança no colo quando estiver cozinhando;

7. Mantenha velas, fósforos, álcool e demais produtos inflamáveis fora do alcance das crianças;

8. Produtos químicos e de limpeza devem ser guardados em locais fechados, possibilidade de acesso;

9. Camas, armários e cadeiras, por exemplo, devem ficar sempre longe das janelas;

10. Ao andar de bicicleta, skate ou patins, sempre usar o capacete! Ele poderá reduzir o risco de lesões na cabeça em até 85%.

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