Enquanto alguns acreditam que a rapidez e eficiência são essenciais durante o sexo, outros defendem que a lentidão é a chave para explorar cada centímetro da intimidade.
Afinal, existe um tempo ideal? A sincronia é necessariamente obrigatória? Problemas de saúde podem afetar esse tempo? Veja o que diz a fisioterapeuta pélvica Thaís Págio sobre o tema e quando a pessoa deve buscar ajuda.
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Thaís Págio, que atua para prevenir e tratar disfunções no assoalho pélvico em homens e mulheres, explica que o tempo de uma relação para outra vai sempre variar.
“Na verdade, o tempo ideal é aquele em que os dois conseguem ter uma relação prazerosa e atingir o orgasmo juntos. Não exatamente ao mesmo tempo, mas com total satisfação sexual naquela relação. Tem relações que são mais rápidas, mas são prazerosas para os dois. E tem relações que são mais longas e que também são prazerosas para os dois”, argumenta.
Disfunções podem comprometer tempo da relação
A especialista explica que existem, sim, disfunções que podem alterar o tempo do orgasmo. Seja para mais ou para menos.
No caso das mulheres pode haver a chamada anorgasmia, que é quando há uma demora excessiva para se chegar ao orgasmo ou então incapacidade de alcançar o clímax.
“Tem muitas mulheres, em média 30% delas, que nunca experimentaram o que é um orgasmo. Então, se você não sabe se você já teve um orgasmo, provavelmente você não teve. Isso também a gente chama de anorgasmia. E quando a mulher demora muito para ter um orgasmo, isso também pode ser classificado como um problema”, explica.
Já no caso dos homens é um pouco mais fácil perceber, segundo a especialista.
“O homem pode ter a ejaculação precoce, que é quando ele não consegue controlar o tempo de ejaculação de orgasmo, ou a ejaculação retardada, que é aquele cara que às vezes fica duas horas ou nunca consegue ter o orgasmo durante a relação. Nesse casos, é comum ele ter que terminar a relação sozinho, se masturbando”, explica.
Uma das causas dessa dificuldade para gozar dos homens pode estar ligada à alteração da sensibilidade do assoalho pélvico ao longo da vida, causada, entre outras coisas, pelo excesso de masturbação ou então pela pressão exercida durante o ato.
Quando devo procurar ajuda por falta de orgasmo?
Se o seu orgasmo não está mais satisfatório para você, para o parceiro ou parceira, o ideal é procurar ajuda.
Existem vários profissionais que podem atuar para tentar identificar as razões dessa alteração.
“O fisioterapeuta pélvico pode ser o profissional de primeiro contato. Lá ele vai avaliar e ver todas as possibilidades. Se é uma causa hormonal, o paciente será encaminhado para o médico. Se é uma causa psicológica, então será encaminhado para o psicólogo sexólogo”, comenta Thaís.
Se a causa for funcional, o próprio fisioterapeuta pélvico dará início ao tratamento.
“Se a musculatura, sensibilidade ou a função daquela região estiver alterada, o fisioterapeuta vai tratar essa alteração. Esse tratamento pode envolver exercícios, eletroestimulação, treinamentos, terapia manual, entre outras técnicas. As pessoas acham que é algo demorado e difícil, mas às vezes são necessárias menos de 10 sessões para resolução do problema”, conclui a fisioterapeuta pélvica.