Saúde

Remédios para emagrecer: 70% das pessoas tomam sem prescrição médica

Estudo aponta que a cada 100 brasileiros, pelo menos sete já usaram algum tipo de medicamento na esperança de perder peso

Foto: Pixabay

Aproximadamente 70% dos brasileiros que tomam remédios para emagrecer fazem isso sem qualquer indicação médica, levando em consideração recomendações de amigos ou parentes. O dado alarmante vem de uma pesquisa realizada pelo instituto Real Time Big Data, com exclusividade para o programa Fala Brasil, da RecordTV.

O estudo também apontou que a cada 100 brasileiros, pelo menos sete já usaram algum tipo de medicamento na esperança de perder peso. No Norte do país, no entanto, o índice quase triplica e chega a 25% das pessoas.

Além disso, o maior público consumidor é o feminino (11% das mulheres), que na média brasileira utiliza esses artifícios em quantidade superior ao dobro do que é consumido pelos homens (4% deles).

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À RecordTV, a endocrinologista Raquel de Menezes relatou que vê muitos casos de pacientes tomando fitoterápicos, chás e medicações. “Eles acabam trazendo até mesmo complicações ao fígado. Muitas composições acabam alterando a frequência cardíaca, mexendo na área cardiovascular e o paciente pode até ir parar em uma emergência”, contou.

“A medicação deve entrar para o emagrecimento quando a pessoa precisa conter a ansiedade, quando tem uma compulsão alimentar, ou quando há alteração hormonal. Ele pode ser necessário, mas com indicação e dependendo da dosagem. É um tratamento individualizado, mas pensando sempre, em primeiro lugar, na alimentação e no treino”, continuou.

Confira demais dados da pesquisa:

• 78% usou medicação sabendo dos efeitos colaterais;
• 45% sentiu alteração de humor;
• 32% passou mal;
• 78% dos entrevistados que tomaram o remédio disseram que não funcionou;
• Para quem emagreceu, foi perguntado se conseguiu manter o peso após parar o medicamento, mas 63% voltou a engordar;
• 57% dos que tomaram não indicam.

À TV Vitória, o médico Thiago Rodrigues comentou o assunto. “Medicamentos precisam ser prescritos por médicos. O tratamento para obesidade, que é uma doença, precisa de remédios, como, em alguns casos, anti-hipertensivos. Requer mudança de dieta, hábitos de vida, e medicação. Mas isso não significa que se funcionou para uma blogueira ou amiga, vai funcionar para você. Cada caso é um caso”, afirmou.

“A ideia é evitar efeitos colaterais. Temos liberados hoje a sibutramina, o orlistat e o saxenda, por exemplo. A sibutramina as pessoas têm muito medo porque há risco cardiovascular, então pessoas com comorbidades não devem tomar. Em outros casos, pode ser excelente. Mas estes medicamentos são para as pessoas com histórico familiar de obesidade, com índice de massa corporal maior que 30, ou pacientes que tentam perder peso e ficam em efeito sanfona”, acrescentou.

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