A preocupação com a saúde mental dos adolescentes tem aumentado nas últimas décadas. Em várias partes do mundo, psiquiatras e psicanalistas percebem um aumento considerável nos casos de depressão entre jovens com idades entre 12 e 18 anos.
A situação acende um importante sinal de alerta para pais, educadores e profissionais da saúde. A busca pela compreensão e da superação dos obstáculos que surgem tornam-se constantes na busca pela promoção do bem-estar mental dos jovens.
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“Diversos fatores contribuem para o aumento da depressão entre os adolescentes. Uma das principais vem dessa era digital, que trouxe consigo maior acesso às redes sociais, e muitos jovens estão enfrentando problemas com cyberbullying e o sentimento de inadequação devido à comparação constante com os outros”, explica a psicanalista Debora Guerra.
A profissional chama a atenção para o uso constante de telas: computadores, celulares, televisão, tablets e jogos eletrônicos, por exemplo.
Segundo Debora, quando usados em excesso, podem levar a quadros de distúrbios do sono, o que aumenta o risco de depressão.
“Além disso, as altas expectativas acadêmicas e sociais colocadas sobre os adolescentes podem causar estresse e ansiedade. A pressão para ter sucesso em todas as áreas da vida pode ser esmagadora para alguns jovens, levando-os a desenvolverem transtornos mentais, como a depressão”, pontua.
Depressão x histórico familiar: existe relação?
Debora menciona que a genética, além de experiências traumáticas, acabam desempenhando um papel de destaque no desenvolvimento da doença.
“Identificar a depressão em adolescentes é desafiador. Os sintomas podem ser confundidos com as oscilações emocionais típicas da adolescência. Além disso, os jovens muitas vezes se mostram relutantes em expressar seus sentimentos, tornando difícil para os adultos perceberem o problema”.
Estar atento às mudanças de comportamento é fundamental para um diagnóstico rápido do problema. Conheça alguns sintomas:
* Isolamento social;
* Mudanças no apetite;
* Mudanças no sono;
* Queda no desempenho escolar;
* Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
Um outro desafio está diretamente ligado ao tratamento mais adequado.
“Algumas famílias podem enfrentar dificuldades financeiras para acessar serviços de saúde mental, e em determinadas comunidades ainda há um estigma em torno da busca por ajuda profissional para questões emocionais. Garantir que os adolescentes tenham acesso a tratamento é fundamental para ajudá-los a superar a depressão”, pondera a psicanalista.
Como prevenir a depressão
Falar de saúde mental no ambiente escolar é fundamental na prevenção do transtorno em adolescentes e jovens.
Ao debater os principais quesitos que envolvem a depressão, esclarecer dúvidas pode ajudar a reduzir os medos e vergonhas sobre o tema e promove a conscientização sobre os problemas emocionais.
Debora ressalta que “também é importante promover um ambiente de apoio emocional em casa e na escola, onde os jovens sintam que podem compartilhar seus sentimentos e dores sem julgamento”.
Vale lembrar que o crescimento de casos de adolescentes com depressão é um sério problema que requer um trabalho amplo, com a participação de diversas esferas da sociedade.
“Com a conscientização crescente sobre a importância da saúde mental, espera-se que a sociedade e as instituições adotem medidas preventivas efetivas e forneçam o apoio necessário aos jovens que enfrentam essa condição. Somente com esforços coletivos e compreensão poderemos ajudar no enfrentamento desse desafio e garantir que esses meninos e meninas tenham a oportunidade e consigam viver uma vida saudável e feliz”, finaliza.
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