Um importante evento voltado para a saúde entrou para o calendário oficial no Espírito Santo. Dividido em dois momentos, o Saúde em Fórum “Conectando Quem Produz Saúde” reuniu durante três dias mais de 500 profissionais da área e de diversos outros setores.
Pioneiro na reunião da cadeia produtiva do setor da saúde no Estado, buscou a conexão com diferentes atores do segmento, além de fomentar debates em busca de parcerias, ideias e soluções.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas de Saúde? Participe da nossa comunidade de Saúde no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
A 2ª edição, realizada nesta sexta-feira (27), na Praça do Papa, em Vitória, contou com a apresentação de uma pesquisa inédita, em que foi divulgado o panorama do crédito e dos serviços financeiros para a área no Estado.
A análise, realizada pelo Sebrae ES, revela que, atualmente, faltam linhas de crédito e financiamento para profissionais do segmento de saúde no Espírito Santo e também para pacientes.
O estudo trouxe ainda sugestões para resolução dos entraves e mediação entre instituições financeiras e empreendedores da área de saúde.
Ainda durante o fórum houve a formalização do Colegiado da Saúde, com apresentação dos membros diretores. O grupo será responsável por debater e buscar soluções para os desafios que surgirem no segmento.
Falta de mão de obra técnica, vagas de trabalho e banco de oportunidades
Um tema bastante discutido ao longo das duas etapas do Saúde em Fórum foi a educação e a saúde. Apesar de Vitória contar com a maior proporção de médicos entre as capitais brasileiras, 14,49 a cada mil habitantes, é a falta de profissionais da área técnica que preocupa.
Entre as mais variadas funções estão recepcionistas, camareiras hospitalares e técnicos de enfermagem, por exemplo.
Dados do Senac demonstram que os cursos voltados para a saúde são o quarto entre os mais procurados, com 1.932 atendimentos entre janeiro e junho de 2023, ficando atrás da área de gestão (7.186), gastronomia (3.129) e Tecnologia da Informação (2,215).
“A gente está vendo um movimento agora onde é necessário melhorar a qualificação dos profissionais que estão chegando e aumentar a produtividade com muito uso de tecnologia. A receita, ela não fecha, não. A gente precisa, realmente, mudar a forma que a gente está atuando no mercado de qualificação”, pontua Richardson Schmittel, diretor regional do Senac no Espírito Santo.
Na contramão da busca por cursos na área de saúde, é o fantasma de um possível ‘apagão de profissionais’ que assusta gestores. Principalmente diante da projeção de uma demanda cada vez maior pelos serviços de saúde nos próximos sete anos.
“Até 2030 teremos mais idosos do que jovens no mercado de trabalho. O crescimento será de 30% de demanda de profissionais até 2030, porém, não teremos a mesma quantidade de jovens qualificados chegando para atender esse mercado”, destaca Richardson.
Impactos das softs skills na área da Saúde
Aprimorar e desenvolver habilidades comportamentais (softs skills) na área da saúde também foi tema de discussão durante o evento. Como desenvolver a empatia, o trabalho em equipe e a comunicação interpessoal estão entre os desafios entre a nova geração de profissionais, segundo especialistas.
“O debate vem reforçar que profissionais de saúde bem formados acabam entregando à população uma prestação de serviço de qualidade maior”, destacou Alberto Stein, que é médico especialista em transplante hepático, pós-graduando em Liderança na Havard Medical School.
A saúde e o potencial de crescimento no ES
Uma pesquisa apresentada na primeira etapa do fórum, realizada no último mês de agosto, no Centro de Convenções, também na Capital, demonstrou o enorme potencial de crescimento do setor no Estado.
O número de micros e pequenas empresas no segmento saltou de 5.533, em 2017, para 9.992 no ano passado. Especialistas acreditam que essa tendência ocorra como um possível reflexo da pandemia da covid-19.
Além disso, Vitória tem a maior proporção de médicos entre as capitais brasileiras, com 14,49 a cada mil habitantes.
Dados da Organização Mundial da Saúde também apontam que a capital do Estado tem a maior proporção de cirurgiões-dentistas do país: são 8,6 para cada 1,5 mil habitantes. Oito vezes mais que o considerado suficiente para atender a população.
A primeira edição do Saúde em Fórum teve formato corporativo exclusivo para mais de 300 convidados, sendo 150 pela manhã e 150 à tarde. A plateia contou com CEOs e investidores das grandes instituições privadas e públicas da área da saúde.
LEIA TAMBÉM: Área da saúde no ES conta com Banco de Oportunidades e vagas de trabalho