Uma pesquisa inédita feita pelo Sebrae-ES e apresentada na manhã de sexta-feira (27) durante o evento Saúde em Fórum, na Praça do Papa, chama a atenção para uma realidade que preocupa protagonistas do setor de Saúde no Estado.
O estudo revela que, atualmente, faltam linhas de crédito e financiamento para profissionais do segmento e também para pacientes. A pesquisa, apresentada para cerca de 90 convidados, trouxe detalhes do cenário e apresentou soluções para solucionar os principais gargalos.
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O objetivo da pesquisa, segundo Eduardo Simões, gerente da Unidade de Ambiente de Negócios e Crédito do Sebrae-ES é buscar melhorias, desburocratizando transações financeiras, proporcionado um acesso mais rápido e facilitado não somente para quem fornece, mas também para quem precisa contratar serviços de saúde.
Mercado de crédito para pequenos negócios em Saúde no ES
Analista técnica de Projetos de Parcerias com o Sistema Financeiro, Patrícia Fontes foi uma das responsáveis pelo estudo.
“Ao, todo, pesquisamos nove instituições bancárias. Ao longo de duas semanas, levantamos as condições atuais no mercado de crédito voltado para pequenos negócios do segmento de Saúde do Estado”.
O período de coleta de informações durou 15 dias e reuniu uma série de informações. “Uma pesquisa como essa vem validar a necessidade de trazermos essa discussão para que o poder público e o privado possam promover melhores condições para novos negócios”, destacou Patrícia.
Para a diretora-executiva do Fórum, Alice Sarcinelli, faltam incentivos para que empreendedores da área da saúde invistam em sua área de atuação, promovendo constantes melhorias.
“A gente tem uma sensação que o dinheiro para a área no segmento no Estado ainda é muito caro, o acesso a ele é muito difícil. Seja para os profissionais, seja mesmo para a população. Vou dar dois exemplos: um profissional quer comprar uma máquina de diagnóstico para o seu consultório, um médico, um dentista, como estão as fontes de crédito para ele? Quanto custa para ele esse investimento?”, questiona Alice.
Outro ponto destacado por Alice contempla a população de maneira geral, no caso, os pacientes.
“Tá muito caro também para o paciente. Por exemplo, ele quer comprar uma cirurgia plástica que ele queira fazer, um procedimento que seu plano de saúde ou que o SUS não cubra, como ter acesso a isso no mercado privado sem ter que ter um subsídio financeiro suficiente? Então, quanto que está custando para o paciente? E mais do que quanto que está custando… Será que isso existe? Será que os bancos estão olhando para a população?
Quando analisados em um cenário global, onde vários segmentos são levados em consideração, o estudo identificou que, a finalidade do crédito mais buscada pelas pequenas empresas é a de capital de giro, com 39% da demanda.
Já as principais atividades econômicas de saúde em atuação no Espírito Santo, apresentadas no estudo, são:
•Clínicas médicas e odontológicas;
•Laboratórios de análises clínicas;
•Nutrição;
•Psicologia;
•Fisioterapia;
•Terapia Ocupacional;
•Fonoaudiologia;
•Biomedicina, Farmácia, entre outros.
Então, o que fazer para criar uma linha de crédito específica para o segmento de saúde?
De acordo com Patrícia, quatro pontos se destacam: a expectativa de crédito pelo segmento, a gestão empresarial organizada individual e coletiva, a compreensão da finalidade do crédito e a elaboração de planos de viabilidade econômica financeira para os investimentos.
Entre as propostas de trabalho como segmento da saúde que surgiram a partir da pesquisa, estão a elaboração de planos de negócios de investimentos, a promoção de rodadas de negócios entre os bancos e as empresas do segmento e a articulação institucional com as instituições financeiras para estabelecer linhas de crédito com condições facilitadas.
O evento pioneiro no Espírito Santo entra para o calendário anual de conferências do setor e promete se tornar referência no diálogo, fortalecimento de parcerias e na geração de valor para profissionais e a população.
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