Maio é o mês da Tireoide. De 20 a 25 deste mês, acontece a Semana Internacional da Tireoide, campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e que, este ano, possui o tema “Tireoide e gestação”. A campanha tem o objetivo de orientar e chamar a atenção da sociedade sobre as principais disfunções causadas pela doença. Para isso, diversas atividades são realizadas em todo o país para marcar a semana de conscientização.
De acordo com a endocrinologista Flavia Tessarolo, a campanha é extremamente importante para gerar esclarecimentos sobre a glândula, principalmente para as grávidas.
“O feto com até 16 semanas de gestação não possui a tireoide, que é extremamente importante para o seu desenvolvimento neurológico. Até a glândula se formar e ser capaz de produzir hormônio suficiente para ele já se passaram 22 semanas de gestação. Por isso, ele precisa do hormônio produzido pela glândula da mãe. Se faltar hormônio ou tiver excesso, como ocorre no hipertireoidismo, pode haver má formação, abortamento, parto prematuro, eclampsia e pré-eclâmpsia”, explicou a especialista.
A gravidez aumenta a necessidade de hormônio da tireoide em 25% a 50%. Por isso, antes de engravidar, é necessário checar se está tudo bem com a tireoide. Caso a pessoa já tenha problemas na glândula, é extremamente importante que ela converse com um endocrinologista para saber se é possível engravidar naquele momento.
“Quando a paciente engravida é necessário procurar um endocrinologista imediatamente. Falo para minhas pacientes com problema na tireoide que eu tenho que ser a primeira a saber da gestação depois do pai”, orientou a médica.
Mulheres em risco para funções tireoidianas na gestação
– Já ter apresentado, no passado, algum problema na tireoide ou ter anticorpos antitireoidianos no exame de sangue.
– Ter sinais ou sintomas que sugerem problemas na tireoide, tais como: cansaço, rouquidão, pele seca, alterações no funcionamento do intestino, maior intolerância para o frio ou para o calor que o habitual, entre outros sintomas.
– Apresentar aumento da tireoide visível ou palpável.
– Ter mais de 30 anos de idade.
Ter feito radiação ou cirurgia no pescoço previamente.
– Ter diabetes tipo 1 ou outra doença autoimune, como vitiligo, artrite reumatoide, lúpus, entre outras.5
– Ter história de perda fetal, parto prematuro ou infertilidade.
– Ter engravidado duas ou mais vezes no passado.
– Ter história familiar de doença tireoidiana ou doenças autoimunes.
– Ter obesidade.
– Ter usado recentemente amiodarona, lítio, contrastes iodados ou medicações contendo iodo.
– Morar numa região onde sabidamente há carência de iodo.