Saúde

Semana Mundial do Rim: mais de mil pessoas no ES estão na fila à espera de transplante do órgão

Médicos orientam que exames simples podem detectar a insuficiência renal em fase inicial. Já em estágio avançado, os danos são irreversíveis

Foto: Divulgação

Uma doença silenciosa, que, quando descoberta, normalmente já está em estágio avançado. Assim é a insuficiência renal, que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Na Semana Mundial do Rim (quinta-feira é comemorado o Dia Mundial do Rim), médicos alertam para a importância de se prevenir contra a doença. 

Segundo eles, exames simples podem detectar o problema em fase inicial, o que favorece o tratamento. Entretanto, quando os sintomas aparecem, a doença já está em estágio avançado é não há mais como recuperar o órgão.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia — especialidade médica que trata dos rins —, 850 milhões de pessoas em todo o mundo têm algum tipo de doença renal. No Brasil, o problema atinge um em cada dez habitantes. Em todo o país, 140 mil pessoas possuem insuficiência renal crônica, a última fase da doença, quando se depende de uma máquina para continuar vivendo, enquanto não surge um doador.

No Espírito Santo, 1.027 pessoas estão na fila à espera de um rim, e cerca de 3 mil fazem hemodiálise ou diálise. É o caso do marceneiro Renato Ferreira Nunes, que descobriu a doença há um ano e três meses. Durante 10 horas por dia, ele precisa passar pela máquina de diálise. Já adaptado à nova rotina, tudo o que Renato quer agora é um transplante de rim.

“Quando eu descobri a doença, eu estava passando por uma rotina de trabalho muito intensa. Então, com essa rotina de trabalho, estava vindo o estresse, muitas dores de cabeça, a ponto de vomitar em casa. Resolvi fazer um check-up e, quando eu fiz esse check-up, a médica descobriu meu problema renal. Descobri que eu estava com menos de 15% de rins. Agora estou na fila de doação”, contou.

O médico nefrologista Lauro Vasconcelos, chefe da unidade de transplantes do Hospital das Clínicas, em Vitória, referência no tratamento renal no Espírito Santo e no Brasil, explica que, além da hipertensão arterial e do diabetes, maus hábitos como beber pouca água e comer muito sal podem provocar insuficiência renal.

“Sal faz mal para a pressão. A pessoa acima do peso pode ter glicose aumentada e glicose aumentada acima de 127, se repetidamente, é diabetes. E o próprio diabetes leva a um hiperfluxo no rim, sobrecarrega o rim, dando lesões irreversíveis. É a principal causa de doença renal crônica, associado com a hipertensão”, frisou.

O médico intensifica o alerta à população sobre a necessidade da prevenção, já que a insuficiência renal é uma doença silenciosa. “A doença renal, nas fases iniciais, é assintomática. A pessoa não sente nada. E os exames são muito simples. Simplesmente é feita a dosagem de uma substância no sangue chamada creatinina. Dosagem da creatinina e um exame de urina simples. Se quiser complementar com ultrassom, tudo bem. Mas são dois exames simples que a pessoa pode detectar se tem algum problema no rim. E não precisa do especialista não. É só ir a um clínico. Não precisa ser obrigatoriamente um nefrologista”, orientou Lauro Vasconcelos.

Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV