Saúde

Setembro Dourado: descubra os sinais do câncer em crianças e adolescentes

Especialista alerta o reconhecimento imediato da doença não é fácil: os sintomas podem se misturar aos das doenças e ferimentos típicos da infância

Foto: Reprodução/Freepik

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que sejam diagnosticados  7.930 novos casos de câncer infantojuvenil para cada ano do triênio de 2023/2025 em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade. Desse total, estimam-se 4.230 casos novos no sexo masculino e de 3.700 no sexo feminino. 

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A Região Sudeste ocupa o segundo lugar no ranking onde a doença deverá se apresentar mais frequente em ambos os sexos. 

Especialistas são unânimes em afirmar que o diagnóstico precoce é peça chave para o tratamento, uma vez que pode contribuir consideravelmente para as chances de cura. Por isso, é fundamental que pais, responsáveis e familiares conheçam os sintomas da doença e como ela costuma se apresentar. 

Antes, é preciso entender que o câncer na criança e no adolescente “corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, que pode ocorrer em qualquer local do organismo”, de acordo com a Estimativa 2023 | Incidência de Câncer no Brasil, divulgado pelo INCA.

Principais tipos de câncer que ocorrem em crianças 

Os tipos mais frequentes de cânceres que acometem crianças e adolescentes são:

Tumores do Sistema Nervoso Central;

Leucemias:

Linfomas.

Existem também os chamados tumores embrionários (retinoblastoma, tumores renais e neuroblastoma). Eles acometem, em sua maioria, as crianças. Ainda segundo o Instituto, são os tumores epiteliais (carcinomas, tireóide e melanomas) os mais frequentes em adolescentes de 15 a 19 anos.

O médico hematologista, Douglas Covre Stocco, destaca a complexidade de identificar rapidamente esses tipos de cânceres, já que seus sintomas podem ser parecidos aos de doenças e lesões comuns na infância. 

Nesse contexto, a máxima de que uma criança saudável é aquela que se mantém ativa tanto mental quanto fisicamente ganha relevância, uma vez que a persistente prostração e cansaço podem ser indícios de câncer em crianças e adolescentes.

Outros sintomas:

Perda de peso sem causa aparente;

Hematomas, sangramentos e palidez;

Dores ou inchaços nos ossos e articulações;

Febres persistentes, que não estão associadas a infecções;

Aparência esbranquiçada da pupila e mudanças na visão;

Ínguas aumentadas pelo corpo.

“Entre o conjunto de doenças, duas das mais comuns são as leucemias e os linfomas. Nas crianças e adolescentes, ambas têm como característica afetar células germinativas, como as do sangue e dos tecidos de sustentação do corpo, que são aqueles ligados ao crescimento e desenvolvimento”, explica o especialista.

Causas do câncer infantojuvenil e tratamento

Segundo Douglas, existe uma diferença expressiva ao comparar tumores que atingem os adultos e aqueles que afetam crianças e adolescentes. 

Isso por que nos indivíduos maduros, os principais fatores de risco para o câncer frequentemente estão vinculados aos seus hábitos de vida, como o consumo de álcool, tabagismo e escolhas alimentares, por exemplo.

No caso do câncer infantojuvenil, a ciência ainda não desvendou completamente suas causas. Há uma compreensão limitada sobre a influência dos fatores relacionados ao estilo de vida e uma rara incidência de hereditariedade em tais casos.

Boa notícia

Diante de um cenário que leva a preocupações e medo das famílias no caso de um diagnóstico positivo para a doença, existe sim uma notícia positiva. O hematologista destaca que as crianças tendem a acumular menos mutações (alterações genéticas adquiridas ao longo da vida) em comparação com os adultos, o que torna o tratamento mais eficaz, com menor probabilidade de resistência à quimioterapia. 

Um outro detalhe é o de que o organismo dos mais jovens, de maneira geral, costuma suportar doses mais elevadas de quimioterapia quando comparados com os adultos, proporcionalmente. 

“Os tratamentos de cânceres infantojuvenis podem envolver quimioterapia, radioterapia e cirurgia, a depender do tipo de doença e do tecido afetado. Vários especialistas podem estar envolvidos, como oncologistas, pediatras, cirurgiões pediátricos, entre outros”, ressalta Stocco.

Como evitar o câncer infantojuvenil

A prevenção sempre será o melhor remédio para qualquer doença. Por esse motivo, é fundamental adotar hábitos saudáveis desde cedo. Estimule a prática de esportes ou qualquer outro tipo de atividade física e busque uma alimentação balanceada pobre em ultraprocessados (biscoitos recheados, refrigerantes e macarrão instantâneo, por exemplo).

Proporcione uma hidratação diária adequada e incentive o consumo de frutas, cereais, legumes e verduras. Por fim e não menos importante, mantenha a Caderneta de Vacinação em dia. Além de proteger de uma série de outras doenças, a imunização é uma boa ferramenta de prevenção do câncer.

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