O Brasil e o mundo respiram a esperança do fim próximo da pandemia à medida em que vê o aumento do número dos vacinados, que influencia diretamente na redução nos números de infectados e óbitos.
São fortes as evidências de que teremos dias melhores, mas ainda é preciso tomar todas as precauções e orientações desde o início da pandemia, como relata a pneumologista e especialista em Medicina do Sono, Jéssica Polese.
“Um grupo que poucos discutem e tem urgência em atenção refere-se aos ‘curados’ da covid-19. Nesse grande grupo de curados existem indivíduos doentes com uma síndrome recentemente denominada Síndrome Pós-covid ou Covid Crônico”, afirma a especialista.
Em número incerto, mas ainda crescente de maneira assustadora, estão indivíduos com sequelas ou doenças causadas pelo covid que permanecem sem diagnóstico e sem abordagem adequada.
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Sintomas pós-covid são variados; acompanhamento médico é fundamental
De acordo com a médica, os sintomas variam da ordem psiconeurológica a sintomas físicos incapacitantes causando enorme sofrimento físico e mental.
“Esses indivíduos possuem queixas de ansiedade, pânico, alterações no sono e sintomas depressivos e são ainda piores naqueles indivíduos que necessitaram de internação ou apresentaram quadros mais graves”, relata.
Além disso, de acordo com a especialista, “os traumas do isolamento, a perda de amigos e familiares, tornam o cenário pior, num crescente de sintomas. As alterações físicas incluem problemas cardiovasculares, pulmonares e musculares tão intensos e às vezes limitantes”.
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Sintomas pós-covid podem aparecer meses depois da recuperação da doença
Os estudos são claros em evidenciar a “Síndrome Pós-covid”, que excede o quadro agudo em mais de seis meses. A pandemia submeteu os sistemas de saúde de todo o mundo a uma sobrecarga no funcionamento e agora que a fase aguda já passou não houve preparo para os sobreviventes.
“Esses sobreviventes enchem os consultórios com sintomas variados, o que exige nova superação do sistema de saúde e de toda a cadeia envolvendo o atendimento público, privado e assistência social para os inválidos”, pontua.
Para Jéssica, “é preciso um direcionamento assertivo com a meta de reintegrar, diagnosticar, tratar e reabilitar os ditos “curados”, com um atendimento multidisciplinar e ativo, com a finalidade de mitigar sofrimento, reduzir doenças secundárias ao covid agudo – como doenças metabólicas e cardiovasculares – além de adequada assistência e amparo psicológico e psiquiátrico, com a finalidade de retornar esse indivíduo ao trabalho e a sociedade. Esse é o real ponto de partida para a recuperação brasileira pós-pandemia”.
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