O que a sociedade e muitas mulheres precisam saber é que não poder gerar filhos e não poder ser mãe são coisas completamente distintas. A psicóloga Luana Amaral considera o ato adotivo uma forma de amor que supera os laços físicos, além de ser o mais puro ato de humanidade.
Segundo psicólogos, o Dias das Mães deve ser comemorado por todas as mulheres que desempenham o papel de cuidar, educar e amar uma criança, independente de terem gestado essa pessoa ou não. “Muitas mulheres veem na adoção sua única oportunidade de realizarem o sonho de serem chamadas de mãe. E nesta via de mão dupla é que uma criança realiza seu árduo desejo de ser acolhida e de ter a oportunidade de verbalizar a tão sonhada palavra ‘mãe'”, disse Luana Amaral.
Para a psicóloga, a adoção é um ato de amor puro por escolha. Uma conexão por laços emocionais, muitas vezes mais profundos que qualquer vínculo genético. E é nessa profundidade do enlace afetivo que se carrega o significado real da maternidade, segundo Luana Amaral.
Aspectos fisiológicos
Há também aquelas mulheres que carregam o sonho de poder gerar o bebê em seu ventre, mas, por diversos motivos, não têm condição fisiológica favorável para isso. A ginecologista Letícia Piccolo explica que fatores como a síndrome do ovário policístico (que faz com que a mulher não ovule), problemas nas trompas (causado pela endometriose) e idade avançada (sendo este, o principal fator) podem impedir a mulher de engravidar.
“Infelizmente, as mulheres que buscam ajuda são mais velhas, o que dificulta um pouco a situação na hora de ajudá-la a engravidar, porque o quantitativo está baixo, e principalmente, a qualidade dos óvulos nessa fase da vida já não é mais a mesma. As principais mulheres que fazem tratamento já estão com 40 anos e isso dificulta muito o processo”, explicou a médica.
Ouça o que a especialista fala sobre a escolha dos tratamentos:
Adoção de óvulos
No entanto, para ajudar a mulher a realizar o sonho de gerar uma vida, há uma série de tratamentos disponíveis. Entre eles, está a chamada adoção de óvulos, que consiste em fazer o tratamento para engravidar utilizando os óvulos de outra pessoa.
O processo é simples: uma mulher jovem e que tenha boa reserva ovariana (doadora) doa seus óvulos para uma mulher que não consegue engravidar com seus próprios óvulos (receptora).
No Podcast abaixo, Letícia Piccolo explica detalhes sobre esse processo:
A ginecologista ressalta ainda que a adoção de uma criança já gerada é um meio eficiente de realizar o sonho de ser mãe quando nenhum tratamento se torna eficaz. “Adotar é uma forma de suprir e entregar o amor que a pessoa tanto deseja dar para alguém que precisa ter”.