Um paciente diabético com a glicemia fora de controle é alvo mais fácil de uma série de ameaças à saúde e à longevidade, como os problemas cardiovasculares e as doenças na retina que podem levar à cegueira.
Ao mesmo tempo, alguém com uma doença renal crônica e descontrolada está mais perto de depender de tratamentos como a hemodiálise, que pode trazer prejuízos à rotina e ao bem-estar, além de estar mais sujeito a outros problemas que o mau funcionamento dos rins pode acarretar.
Sabendo disso, a MedSênior, por meio de seu Laboratório de Inovação, batizado de MIL, tem investido em projetos e tecnologias capazes de garantir mais saúde e qualidade de vida a seus beneficiários a partir da prevenção de doenças.
“Nosso propósito é trabalhar pelo bem envelhecer, criando condições para uma vida mais longa e plena para nossos clientes que tem a partir de 49 anos. É um trabalho focado na saúde preventiva e no envelhecimento saudável. Todos nós vamos envelhecer. Mas podemos bem envelhecer, o que envolve aspectos múltiplos de saúde física, mental, social, financeira, entre outros”, afirma o líder de Operação de Tecnologia e Saúde do MilSênior, Thiago Maia.
Dentro da proposta de saúde preventiva, surgiu o Programa Prime Diabetes, criado inicialmente como uma ação piloto envolvendo 60 beneficiários e hoje atendendo a cerca de 400 deles em diferentes estados brasileiros onde a MedSênior atua. “Identificamos para o projeto piloto portadores de diabetes que já viviam situações críticas de comprometimento da saúde dos olhos, por exemplo”, explica.
Por conta do comprometimento da retina, que é um dos resultados do descontrole da glicemia, esses pacientes que começaram o programa já faziam uso de injeções intraoculares numa tentativa de preservar a visão, já que os problemas causados pela diabetes podem levar à cegueira definitiva em um curto espaço de tempo.
“Colocamos em prática junto a esse grupo um conjunto de ações envolvendo inovação do início ao fim do processo – da forma de abordagem e engajamento à apuração e manutenção dos resultados obtidos – para garantir o controle da glicemia, buscando deter até mesmo doenças já em curso”, explica Thiago Maia.
Ele conta que, por meio do projeto, os beneficiários receberam, sem custo extra, sensores e insumos que permitem o monitoramento constante por meio de um aparelho de medição digital, também doado, e de um app desenvolvido especialmente para a função.
“Foi desenvolvido todo um trabalho de motivação, engajamento e treinamento para o uso dos recursos disponíveis. O paciente entendeu que o controle da doença poderia estar, inclusive de forma literal, em suas mãos. Com acompanhamento multidisciplinar de uma equipe com acesso a informações sobre sua rotina, esse paciente ampliou as possibilidades de medição, com dados disponibilizados de forma online para médicos, enfermeiros e nutricionistas. Dessa forma, passou a receber orientação personalizada, podendo inserir detalhes sobre medicações, doses de insulina, alimentos consumidos, entre outros dados”, disse.
Ao longo de seis meses, além do monitoramento realizado várias vezes ao dia, o beneficiário passou por três medições da hemoglobina glicada, marcador que indica a glicemia média mantida pelo paciente de forma geral, e não apenas pontual.
Para se ter ideia, esse índice, entendido pela comunidade científica e de especialistas como um marcador cuja redução tende a ser mais difícil e demorada, sofreu melhora significativa: no início do projeto, 89% dos pacientes estavam com a taxa acima dos padrões recomendados. Passados seis meses, 64% desses já tinham a hemoglobina glicada sob controle.
Além disso, outro resultado impactante diz respeito aos pacientes que já faziam uso de injeções intraoculares para conter lesões de retina que levam à cegueira. Do total deles, 63% tiveram alta do tratamento oftalmológico, restabelecendo a visão antes de uma situação de cegueira irreversível.
Com a aplicação do Prime Diabetes para uma escala maior, de cerca de 400 pacientes, os índices de resultado se mantiveram. “Vimos que o programa é eficiente também quando aplicado a um universo maior. Os índices foram mantidos quando o número de participantes aumentou”, conclui.
Thiago Maia ressalta ainda que o controle da diabetes é crucial quando se pensa no bem envelhecer. Trata-se de uma doença que traz consequências muito severas quando fora de controle, comprometendo a longevidade, a qualidade de vida e o bem-estar do paciente. O que está em jogo num paciente com a diabetes fora de controle é sua perspectiva de viver mais e melhor e manter funções vitais como a renal e muito importantes como o sentido da visão”, explica.
Os bons resultados obtidos no Prime Diabetes levaram a equipe do MIL a iniciar outra abordagem, dentro da proposta: o Prime Nefrologia. O objetivo é aplicar o conjunto de ações que combina conscientização, engajamento, mudança de hábitos e tecnologia para restabelecer o bom funcionamento renal ou evitar a progressão de doenças nefrológicas. “O Prime é um conceito que pode ser utilizado para o controle de uma série de doenças crônicas em prol do bem envelhecer que é o nosso propósito. Já identificamos bons resultados na experiência com questões renais e, em breve, poderemos mensurar e até publicar resultados, como aconteceu no projeto piloto com diabéticos”, diz.