Saúde

Temperaturas mais baixas aumentam risco de crescimento nas contaminações de covid-19

Doenças infecciosas respiratórias têm maior propensão de ocorrerem na época do inverno

Foto: Reprodução / Instagram

A pandemia impôs novos protocolos de segurança em relação à saúde. Com a chegada do inverno os cuidados devem ser ainda mais intensos devido ao aumento expressivo dos riscos de doenças respiratórias. Dias mais frios e menor umidade do ar são alguns dos fatores que impulsionam o número de casos. Nesta temporada, há um risco ainda maior que é o crescimento exponencial de contaminações pelo covid-19.

“Alguns cuidados são importantes para prevenir as doenças respiratórias, como manter hábitos de higiene, que inclui lavar frequentemente as mãos, evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas, não impedir a circulação do ar e manter as janelas da casa e do ambiente de trabalho abertas são algumas recomendações”, afirma a Dra. Fabianne Carlesse, infectologista do hospital GRAACC .

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, o aumento de casos da gripe geralmente ocorre entre os meses de maio e outubro, e é importante que ações preventivas antes desse período sejam adotadas, em especial, na população mais vulnerável, como os pacientes oncológicos. As principais doenças nesta época do ano são as infecções das vias aéreas superiores, que constituem os resfriados comuns como as gripes, faringites, sinusites e vias aéreas inferiores como as pneumonias . OS pacientes oncológicos são os mais vulneráveis a estas infecções e podem apresentar complicações graves, dependendo do nível de imunossupressão.

“As doenças infecciosas respiratórias têm maior propensão de ocorrerem na época do inverno, e constituem um risco para os pacientes oncológicos, principalmente quando acometem o trato respiratório inferior (pulmões). Além da covid-19, há outros vírus agressivos como a influenza e o sincicial respiratório (uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças). Nos pacientes com câncer, eles tendem a ser muito mais agravantes. Estima-se que o risco de internação com quadros pulmonares graves pela gripe seja de 3 a 5 vezes maior que na população em geral”, esclarece a infectologista.

Cuidados que podem ajudar a prevenir as doenças infecciosas respiratórias:

Em caso de sintomas, como tosse, febre, falta de ar e corrimento nasal, é necessário procurar o pronto socorro oncológico para tratamento e orientação. “Evitar locais fechados e com grandes aglomerações, não ter contato com pessoas gripadas ou resfriadas, procurar sempre estar agasalhado, proteger-se do frio e usar máscaras são algumas delas. A vacina contra a gripe também é uma importante aliada. Pacientes em tratamento quimioterápico devem consultar o seu médico, sobre em que fase do tratamento estão, além de receberem a vacina da gripe que está liberada, sem nenhuma contra indicação”, explica Dra. Fabianne Carlesse.

Dicas para evitar as doenças infecciosas respiratórias que ocorrem principalmente no inverno:

– Evite locais fechados e com grandes aglomerações de pessoas;

– Evite o contato com pessoas gripadas ou resfriadas. Use máscara, é mais seguro;

– Os banhos quentes são bem relaxantes, mas tenha atenção com a pele. Os tratamentos podem ressecá-la e a água muito quente pode ser prejudicial;

– Evite locais com aparelhos de ar condicionado quente, porque eles deixam as vias respiratórias secas, causando alergias. Para um boa noite de sono, opte por umidificadores;

– Opte por roupas confortáveis e dê preferência para casacos e blusas feitos com lã;

– Use gorros, boinas ou até mesmo o capuz do casaco, quando for sair à rua. Assim, é possível evitar dores de ouvido;

– Aproveite para tomar sopas e chás bem quentinhos. Além de aquecê-lo, eles são nutritivos e irão manter a hidratação do corpo .

Vacinas são recomendadas?

As vacinas da influenza (gripe), H1N1, podem ser administradas. Segundo a Dra. Fabianne Carlesse, os reais benefícios das vacinas estão na capacidade de prevenir a pneumonia viral ou bacteriana bem como a hospitalização deste grupo de risco. São compostas por microrganismos não vivos ou suas frações, que não se replicam nem provocam doença subclínica.

Segundo o manual dos centros de referências de imunobiológicos especiais, do Ministério da Saúde, a imunização de pacientes imunocomprometidos com vacinas não-vivas não implica riscos adicionais. Em pacientes oncológicos a resposta de anticorpos é menor do que em controles sadios.

Vacina contra o pneumococo

Outra vacina que pode ser administrada nesta época do ano é a vacinação contra o pneumococo, bactéria que é capaz de causar pneumonia, bacteremia e meningite. Em adultos, a pneumonia é a apresentação clínica mais comum, sendo que entre 20% e 30% dos pacientes com pneumonia pneumocócica vão desenvolver bacteremia.

Contraindicações

As vacinas contraindicadas em pacientes imunocomprometidos são as vivas atenuadas (contra sarampo, rubéola, varicela, febre amarela, herpes zoster, poliomielite, rotavírus e BCG) pelo risco de desenvolvimento da doença após a vacinação. De acordo com as orientações da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, devem ser evitadas durante 24 meses após o Transplante de Medula Óssea, e a vacina pode ser realizada fora do uso de medicamentos imunossupressores.

Paciente em uso de corticoides cronicamente ou em doses imunossupressoras não devem receber a vacina durante o tratamento e por até quatro semanas após o seu término. Já os pacientes que apresentem outros problemas de saúde, com histórico de alergias (sobretudo a ovos ou gelatina) ou reações prévias a vacinas, aqueles em uso de imunossupressores ou histórico de imunodeficiências ou indivíduos com mais de 60 anos devem consultar um profissional médico antes de receber a vacina.