Saúde

Teste da linguinha não causa dor e evita o desmame precoce

Exame se tornou obrigatório há 5 anos.

Foto: Divulgação
Durante o exame é feito uma avaliação anatômica e funcional, para verificar a existência do frênulo. 

Já ouviu falar no Teste da Linguinha? Um exame muito importante após o nascimento do bebê, mas desconhecido por muita gente. Trata-se de uma avaliação anatômica e funcional do frênulo, conhecido como freio, que é a membrana que liga a parte inferior da língua ao assoalho da boca. O teste é simples, não causa dor e deve ser realizado principalmente para evitar o desmame precoce.

“A língua tem tudo a ver com a amamentação! É muito comum que bebês com a língua presa tenham dificuldades de sucção, levando à perda de peso e gerando dor e fissuras nas mamas”, explica a cirurgiã-dentista e odontopediatra Beatriz Moura Dutra.

Isso acontece porque essa alteração limita os movimentos da língua do bebê e acaba comprometendo algumas funções, como sugar, deglutir e falar. A realização do teste da linguinha é obrigatória, mas na prática ainda há muito que avançar. É possível perceber que a maioria das pessoas nunca ouviu falar dele.

“Já recebemos famílias já desgastadas emocionalmente, em função das dificuldades na amamentação, especialmente com a pega correta da mama pelo bebê. E, após a avaliação, detectamos a língua presa”, contou a médica. 

Cirurgia a laser

Um dos tratamentos indicados é a cirurgia a laser, segundo Beatriz, que é habilitada nesse tipo de procedimento pela Universidade de São Paulo (USP). “O laser tem muitas vantagens: ele promove analgesia local, não há sangramento, nem a necessidade de sutura. Imediatamente após o procedimento o bebê já está mamando”, explicou Beatriz Moura. 

Pedido de revogação (Está informação é da Agência Brasil) 

Este ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) pediu ao Ministério da Saúde a revogação da lei. Para os pediatras, quando o bebê nasce já é feito um exame físico completo da criança e a língua presa é facilmente identificada nesse exame, não sendo necessário um protocolo específico para a execução do teste.

“O teste é um passo burocrático desnecessário com redundância absoluta do exame do recém-nascido, que já é feito pelo pediatra na sala de parto”, diz a presidente do Departamento Científico de Otorrinolaringologia da SBP, Tânia Sih.