Um exame gratuito e obrigatório para todos os recém-nascidos brasileiros e de grande importância no diagnóstico precoce de doenças genéticas ainda nos primeiros dias de vida do bebê. É exatamente por meio do Teste do Pezinho que é possível a identificação precoce da patologia, o que reduz as chances do bebê desenvolver problemas mais graves de saúde causados pela doença indicada pelo exame.
Celebrado no dia 6 de junho, o Dia Nacional do Teste do Pezinho vem reforçar a importância do exame para o desenvolvimento dos bebês. Ele faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) e todos os estados brasileiros estão credenciados para realiza-lo.
Desde o último dia 26 de maio, que a rede pública passou a disponibilizar de forma gratuita (amparada pela lei nº 14.154/2021) uma versão ampliada do exame, viabilizando o diagnóstico de, aproximadamente, 50 doenças nos bebês.
Porém, este novo modelo do teste está disponível apenas para residentes da capital de São Paulo e Brasília. A maior parte do Sistema Único de Saúde (SUS) segue realizando o teste tradicional, que diagnostica seis doenças: Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita, Deficiência da Biotinidase, Anemia Falciforme, Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonúria.
Como é feito o exame?
O teste do pezinho é uma exame de laboratório. Gotas de sangue são coletadas do calcanhar do bebê em um papel filtro. É importante ressaltar que as doenças investigadas são assintomáticas no período neonatal, de 0 a 28 dias de vida. Trata-se de doenças graves, que se não forem tratadas adequadamente podem levar à deficiência intelectual ou afetar gravemente a saúde da criança.
Doenças
Também conhecida como Mucoviscidose ou Doença do Beijo Salgado, a Fibrose Cística está entre as patologias triadas pelo teste do pezinho. Dentre as doenças raras no Brasil, é apontada como a mais comum. Provoca sintomas como pneumonia de repetição, suor mais salgado que o normal, além de tosse crônica e pólipos nasais. A criança também pode apresentar dificuldade para crescer e ganhar peso.
A doença não tem cura, mas pode ser tratada por meio de medicamentos, inalações, fisioterapia respiratória e prática de exercícios físicos, segundo especialistas.
Onde coletar o Teste do Pezinho no ES?
O exame pode ser coletado nas Unidades Básicas de Saúde ou Unidades de Saúde da Família, por meio do serviço de triagem neonatal que possui postos de coletas nos 78 municípios capixabas. O material coletado é, então, encaminhado para o laboratório credenciado da Apae Vitória, que atende a todo o Estado.
Segundo a Coordenadora Estadual da Triagem Neonatal, Rosiane Ramos Catharino, em caso de alteração em algum exame, a associação informa à unidade de saúde. “Caso o resultado seja alterado, a APAE informa à UBS, que realiza a busca ativa e convoca os pais para que a criança compareça a consulta imediata e acompanhamento posterior em Centros de Referência para condução clínica”, informou
A Apae possui ainda um laboratório próprio onde realiza a coleta do Teste do Pezinho Ampliado, tanto convênio como particular.
Exame ampliado
A implementação do Teste do Pezinho Ampliado (TPA), deverá acontecer de forma escalonada, de acordo com a seguinte ordem de progressão:
Etapa 1: a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; b) hipotireoidismo congênito; c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; d) fibrose cística; e) hiperplasia adrenal congênita; f) deficiência de biotinidase; g) toxoplasmose congênita.
Etapa 2: a) galactosemias; b) aminoacidopatias; c) distúrbios do ciclo da ureia; d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos.
Etapa 3: doenças lisossômicas.
Etapa 4: imunodeficiências primárias.
Etapa 5: atrofia muscular espinhal.
Ainda de acordo com a coordenadora da triagem Neonatal Estadual, o Ministério da Saúde ainda não iniciou a implantação do TPA.
“O Estado aguarda as orientações do ministério para iniciar as etapas propostas na Lei Nº 11.565. Até então, os TPAs realizados em pacientes atendidos pelo SUS no Espírito Santo foram adquiridos a partir da compra prórpia, aplicados quando há suspeita clínica de que o paciente seja portador de uma das doenças identificadas pelo TPA”, completou.
Cobertura de realização do TP e TPA no Estado
2019: teste convencional: 44.225; teste ampliado: 1.805. Total em 2019: 46.030 – 83,38% dos nascidos vivos.
2020: teste convencional: 44.284; teste ampliado: 1.533. Total em 2020: 45.817 – 84,78% dos nascidos vivos.
2021: teste convencional: 42.833; teste ampliado: 1.660. Total em 2021: 44.346 – 84,23% dos nascidos vivos.
Fonte: Dados fornecidos pela APAE Vitória e do Tabnet (30/05/2022)
Lei Nº 11.565
A Secretaria de Estado da Saúde informou que a Lei Nº 11.565, sancionada pelo Governo do Espírito Santo em 29 de março de 2022, determina que os hospitais, maternidades e todos os estabelecimentos de saúde capixabas ficam obrigados a orientar os pais sobre as doenças raras não detectáveis pelo teste do pezinho.
Também é necessário informar sobre a existência do teste do pezinho ampliado, que pode ser feito na rede particular. Vale lembrar que os pais que desejem realizar este exame específico precisam solicitar a prescrição ao médico.