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Tosse persistente pode ser grave? Saiba quando se preocupar

A tosse persistente pode ser sinal de doenças graves. Descubra causas, sintomas e quando buscar ajuda médica para tratamento adequado

Foto: Canva Pro
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A tosse persistente pode indicar doenças sérias? A tosse é um reflexo natural do corpo para expelir agentes irritantes das vias respiratórias, como poeira, muco ou microrganismos.

No entanto, quando a tosse se torna persistente, durando semanas ou até meses, pode ser um sinal de alerta para condições de saúde mais sérias.

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Muitas pessoas ignoram a tosse prolongada, atribuindo-a a resfriados comuns ou alergias sazonais, mas, em alguns casos, ela pode indicar doenças que exigem tratamento médico especializado.

Tipos de tosse: entenda as diferenças

A tosse é classificada de diferentes formas com base na sua duração e características. Ela pode ser:

  • Aguda: dura até três semanas e geralmente está associada a infecções virais, como gripes e resfriados.
  • Subaguda: dura entre três e oito semanas e pode ocorrer após uma infecção respiratória, como bronquite ou pneumonia.
  • Crônica: persiste por mais de oito semanas e pode ser sinal de doenças mais graves.

Além da duração, a tosse também pode ser seca (sem muco) ou produtiva (com secreção).

Ambas as formas podem ter diversas causas, e o padrão da tosse pode fornecer pistas importantes para o diagnóstico.

Causas da tosse persistente: o que pode estar por trás?

Existem inúmeras condições que podem causar tosse persistente. Algumas delas são relativamente inofensivas, enquanto outras requerem tratamento imediato. As principais causas incluem:

  • Infecções respiratórias virais ou bacterianas, como bronquite ou pneumonia, podem levar a uma inflamação prolongada das vias respiratórias, resultando em tosse persistente.
  • Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE): a acidez que atinge a laringe pode causar irritação e tosse crônica, especialmente à noite ou após as refeições.
  • Asma: provoca tosse persistente, geralmente à noite ou após contato com alérgenos.
  • DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica): comum em fumantes, causa tosse produtiva com secreção.
  • Alergias respiratórias: exposição a poeira, pólen, mofo ou pelos de animais pode causar inflamação das vias aéreas e tosse crônica.
  • Tabagismo: irrita os pulmões e pode levar ao desenvolvimento de doenças graves, como DPOC e câncer de pulmão. A chamada “tosse do fumante” é um sintoma comum em quem fuma há muito tempo.
  • Tuberculose: infecção bacteriana que afeta os pulmões, causando tosse com sangue, febre e perda de peso. Apesar de ser menos comum em alguns países devido às campanhas de vacinação, ainda representa um risco significativo.
  • Câncer de pulmão: embora raro, a tosse crônica pode ser um dos primeiros sintomas, associada a dor no peito e falta de ar.
  • Efeitos colaterais de medicamentos: remédios como os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) podem provocar tosse crônica.

Quando buscar ajuda médica?

Embora muitas causas de tosse crônica não sejam graves, há sinais de alerta que indicam a necessidade de buscar atendimento médico imediato, como:

  • Tosse com sangue.
  • Perda de peso inexplicável.
  • Febre alta persistente.
  • Falta de ar.
  • Dor no peito ao tossir.
  • Tosse que piora com o tempo.

Se a tosse durar mais de oito semanas sem melhora, mesmo sem outros sintomas alarmantes, é fundamental procurar um médico para investigar a causa.

Como é feito o diagnóstico da tosse crônica?

O diagnóstico envolve uma avaliação médica detalhada. Exames podem ser necessários, como:

  • Radiografia ou tomografia do tórax: avaliam a anatomia pulmonar.
  • Testes de função pulmonar: analisam o desempenho dos pulmões.
  • Endoscopia digestiva: verifica a presença de refluxo gastroesofágico.
  • Exames laboratoriais: identificam infecções ou outras condições.

Dependendo das suspeitas diagnósticas, podem ser necessários exames adicionais para esclarecer o diagnóstico.

Tratamento da tosse crônica: o que fazer?

O tratamento da tosse persistente depende de sua causa. As abordagens terapêuticas incluem:

  • Medicamentos antialérgicos ou corticóides: indicados para alergias e asma.
  • Antibióticos: para infecções bacterianas, como pneumonia ou tuberculose.
  • Supressores de ácido: usados no tratamento do refluxo gastroesofágico.
  • Cessar o tabagismo: fundamental se a tosse estiver relacionada ao fumo.
  • Ajuste de medicamentos: necessário caso a tosse seja efeito colateral de remédios.

Mudanças no estilo de vida, como manter-se hidratado, evitar alérgenos e dormir com a cabeça elevada, também ajudam a aliviar a tosse.

Cuide da saúde respiratória e busque ajuda especializada

Se você ou alguém próximo está enfrentando tosse prolongada, não ignore os sintomas. Consulte um médico para uma avaliação detalhada e, se necessário, inicie o tratamento o quanto antes.

Cuidar da saúde respiratória é essencial para garantir qualidade de vida e bem-estar.

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Dr. Giulliano Luchi Colunista
Colunista
Médico. Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia. Professor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Espírito Santo. @otoclinica_giulliano_luchi