Reprodução/Freepik @rawpixel.com
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A toxina botulínica é um dos procedimentos estéticos mais realizados em todo mundo. Mais conhecida como Botox, é um dos métodos mais procurados seja por seus notáveis benefícios na melhora da estética ou por sua grande segurança.

A toxina botulínica, o famoso Botox®, é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, uma poderosa substância encontrada na natureza e largamente utilizada em procedimentos estéticos e terapêuticos.

A toxina botulínica, tem sido cada vez mais indicada e utilizada na odontologia para uma variedade de fins terapêuticos e estéticos, entretanto algumas dessas indicações vem mudando com os novos estudos. Alguns dos usos mais comuns incluem: tratamento de rugas faciais e correção de sorriso gengival. Entretanto, seu uso em casos graves de dores miofasciais tem sido questionado quanto aos reais benefícios aos pacientes.

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O uso rotineiro de toxina botulínica para o tratamento de bruxismo do sono, por exemplo, não está mais indicado como padrão nos dias atuais.

A ação da toxina botulínica no bruxismo acontece na musculatura facial periférica (músculos da mastigação), ocasionando uma diminuição da força muscular, mas não tratando o bruxismo do sono, que é de origem do sistema nervoso central, ou seja, cerebral.

Portanto, estudos científicos demonstram que os indivíduos com bruxismo do sono que utilizaram toxina botulínica mantiveram a mesma frequência, duração e número de eventos de contração muscular de bruxismo e muitas vezes, outros grupos musculares são acionados de forma compensatória, para realizar a contração muscular que leva ao ranger o apertar dos dentes.

Por isso, o uso da toxina com finalidade de tratamento não age de forma adequada no bruxismo, sendo percebida apenas pela diminuição da força muscular e dor nos pontos aonde ela foi aplicada. Em alguns poucos casos ela poderá ser utilizada no alívio de dores graves e intensas até ser realizada avaliação e tratamento individualizado do paciente.

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Ressaltando que muitos estudos científicos mostram que os resultados obtidos com a toxina botulínica na melhora da dor muscular facial são similares ou até inferiores aos obtidos com técnicas menos invasivas como a manipulação miofacial com fisioterapia, acupuntura, laser e protocolos medicamentosos.

Além disso, sabe-se que uma grande percentagem dos pacientes com bruxismo do sono desenvolve as contrações da musculatura mastigatória em decorrência a doenças secundárias como a apneia obstrutiva do sono ou refluxo gastroesofágico.

Então devemos inicialmente identificar esses casos e encaminhá-los para adequado tratamento medico. O uso de placas oclusais indicadas frequentemente para proteção de estruturas dentárias, podem até mesmo, agravar o quadro para estes pacientes em questão.

Nos casos do bruxismo da vigília, que é aquele apertamento ou contração dos músculos da mastigação que fazemos durante o dia, também não apresentam indicações que respaldem o emprego da toxina botulínica, visto que esse tipo de bruxismo é um padrão comportamental, muitas vezes associados ao estresse e ansiedade extrema, cujo controle efetivo deve ser feito mediante técnicas cognitivas comportamentais e/ou medicamentosas.

É importante notar que o uso da toxina botulínica na odontologia deve ser realizado por um profissional qualificado, com treinamento específico nesse tipo de tratamento. Além disso, é essencial que o paciente seja cuidadosamente avaliado para determinar a adequação do tratamento e para garantir resultados seguros e eficazes

Por isso, devemos sempre procurar um profissional capacitado e tratamento individualizado para cada caso.

Dra. Martha Salim

Colunista

Doutorado em Cirurgia Bucomaxilofacial (UNESP), Mestrado em Patologia Bucodental (UFF), Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial (UERJ), Capacitação em Odontologia Do Sono, Capacitação em Sedação com ÓXido Nitroso, Graduação em Odontologia (UFES), Atua como professora de Cirurgia Bucomaxilofacial da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Revisora Científica das Revistas: Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS) e Brazilian Dental Science (BDS), Autora dos livros "Cirurgia Bucomaxilofacial: diagnóstico e tratamento" (1 e 2 edições), Anestesia Local e Geral na Prática Odontológica, além de colaborar com 38 capítulos de livros e artigos científicos publicados. @dramarthasalim

Doutorado em Cirurgia Bucomaxilofacial (UNESP), Mestrado em Patologia Bucodental (UFF), Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial (UERJ), Capacitação em Odontologia Do Sono, Capacitação em Sedação com ÓXido Nitroso, Graduação em Odontologia (UFES), Atua como professora de Cirurgia Bucomaxilofacial da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Revisora Científica das Revistas: Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS) e Brazilian Dental Science (BDS), Autora dos livros "Cirurgia Bucomaxilofacial: diagnóstico e tratamento" (1 e 2 edições), Anestesia Local e Geral na Prática Odontológica, além de colaborar com 38 capítulos de livros e artigos científicos publicados. @dramarthasalim