Nas últimas semanas, um assunto figurou entre os mais comentados de todo o país: o caso da mulher de 33 anos que teve relações sexuais com um homem que vive em situação de rua, dentro do próprio carro. O marido dela, um personal, flagrou a cena e espancou o homem.
A história aconteceu no Distrito Federal e virou motivo de inúmeras piadas. Muitas pessoas brincaram com o assunto, porém, trata-se de algo bastante sério.
Desde o fato, ela está internada em um hospital psiquiátrico da rede pública de saúde da região. Um laudo médico aponta que ela sofre do chamado transtorno afetivo bipolar, em fase maníaco psicótica. O laudo descreve ainda que a mulher não tem condições de falar sobre o assunto ou até mesmo responder pelos próprios atos.
Mas então. O que é essa doença? Na semana do Dia Mundial do Transtorno Bipolar vamos explicar pra você. É importante começar destacando que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o problema atinge 140 milhões de pessoas em todo o mundo.
O psicólogo Juliano Coimbra, afirma que o assunto é delicado e merece seriedade ao ser tratado, uma vez que está diretamente ligado à saúde mental. O problema é classificação como transtorno, das emoções, podendo ser incapacitante. Os indivíduos passam por uma fase depressivo, em oscilação, e também por uma fase maníaca. “O paciente passa por uma fase exacerbada, fora da normalidade” relatou.
Como a mudança, às vezes é repentina (mas pode durar semanas e até meses), a sociedade costuma ter o hábito de caracterizar pessoas bipolares como aquelas que mudam de ideia, de comportamento de uma hora para outra. E não é bem assim.
De acordo com o psicólogo, a bipolaridade traz com ela uma série de outros sintomas que precisam ser analisados por profissionais para que o indivíduo seja classificado como bipolar.
“Alguns diagnósticos levam até 8 anos para serem fechados, desde o primeiro episódio até a classificação. Não existe uma fase única. É preciso passar por uma junta médica, uma equipe multidisciplinar”, disse Juliano.
Estimativas retratam que um em cada 70% das pessoas sofrem com o transtorno bipolar, que pode ser classificado em graus leves, moderados, e no caso da mulher no Distrito Federal, grave, segundo o psicólogo.
Como tratar o transtorno bipolar e levar uma vida normal
Juliano Coimbra diz que o fato é que não existe cura para o transtorno bipolar. O que há, na realidade, é o tratamento para controlar o problema. Ele é feito por meio de medicações, substâncias psicoativas que vão remodelar o humor dos pacientes, levando a uma estabilidade emocional.
Outro ponto importante a ser destacado é o de que não existe uma causa única que desencadeie o transtorno. “Há indícios de que existe uma ordem genética. Pesquisas apontam para isso”, afirmou.
Conheça os sintomas
Entre os sintomas do transtorno bipolar estão:
– O transtorno se caracteriza, principalmente, pela alternância de dois estados: a mania e a depressão;
– Euforia, irritabilidade, pensamentos acelerados, excesso de confiança (aumento da libido), estão entre os sinais da fase maníaca;
– Oscilações de apetite, tristeza intensa, além dos sentimentos de culpa e falta de esperança, entre os sinais da fase depressiva;
– Existe ainda o estado misto (um pouco da fase maníaca e da depressão), quando o indivíduo apesar de acelerados sente triste, por exemplo
– Ao contrário do que as pessoas pensam, os sintomas não mudam do dia para a noite, podendo durar semanas e até meses;
*Com informações do programa Fala ES, da TV Vitória/Record TV