Saúde

O que é o transtorno sensorial que afeta filho de Giovana Ewbank e Bruno Gagliasso? Entenda

A TPS pode afetar todos os sentidos, ou apenas um. Segundo especialista, significa que o indivíduo é excessivamente sensível a estímulos que outras pessoas não são

Foto: Reprodução/Instagram @gioewbank

Foi durante um podcast que, emocionada, Giovana Ewbank revelou que o filho Bless, de 8 anos, sofre de uma condição chamada Transtorno do Processamento Sensorial (TPS). A artista, que é casada com o ator Bruno Gagliasso, disse ainda que resolveu expôr o assunto como forma de alerta para os pais.

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Segundo a artista, “(…) ele ouve mais do que nós todos, sente mais tato que nós todos, sente mais cheiro que todos”, disse.

Então, o que é esse transtorno? Em que época da vida se manifesta? Para responder essas e outras perguntas, a reportagem do Folha Vitória conversou com um especialista. 

Segundo Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-doutor e PhD em neurociências, o TPS afeta a forma como o cérebro processa os estímulos. 

“As informações sensoriais incluem coisas que você vê, ouve, cheira, prova ou toca. A TPS pode afetar todos os seus sentidos, ou apenas um e geralmente significa que você é excessivamente sensível a estímulos que outras pessoas não são”, explica.

Fabiano explicou ainda que com a síndrome, o sistema nervoso não sabe quando prestar atenção ou ignorar os estímulos, o que leva a uma busca sensorial anormal.

O neurocientista disse que pessoas acometidas pelo transtorno costumam, por exemplo, pensar que a roupa está coçando ou arranhando demais, que os toques suaves parecem muito difíceis, que os sons parecem muito altos. Além disso, parecem desajeitadas ou têm pouco equilíbrio e até mesmo têm medo de brincar nos balanços. 

“Pessoas com transtorno de discriminação sensorial sentem confusão sobre as fontes das sensações. Isso pode levar a problemas para saber onde você está no espaço, falta de jeito, dificuldade em perceber a fome ou dificuldade em discriminar entre as letras e as fontes dos sons”, alerta. 

O distúrbio também pode prejudicar no desenvolvimento da inteligência. O diagnóstico é feito por meio de “testes de Integração Sensorial e Práxis. Este consiste em 17 testes que são usados ​​para testar vários aspectos do processamento sensorial”, destaca o PhD. 

Crianças são mais propensas ao Transtorno do Processamento Sensorial

Ainda de acordo com Fabiano, o problema acomete mais crianças que adultos. “As crianças são mais propensas do que os adultos. Mas os adultos também podem apresentar sintomas. Em adultos, é provável que esses sintomas existam desde a infância”, pontua.

Um outro ponto importante é o de que a síndrome pode ser genética e se apresentam em três principais categorias:. 

1. Transtorno de Modulação Sensorial;

2. Transtorno de Discriminação Sensorial;

3. Transtorno Motor de Base Sensorial.

“Não é comum e podem ser genéticas, mas também existem fatores extrínsecos que podem colocar as crianças em risco. Estes incluem privação materna, parto prematuro, desnutrição pré-natal e cuidados institucionais precoces”, relata o pós-doutor.

Síndrome não tem cura

A síndrome sensorial não tem cura, porém, pode ser tratada de maneira correta proporciona conforto para vida do pacientes. O tratamento é feito com o acompanhamento de uma terapeuta ocupacional, por meio de atividades que ajudam a treinar os sentidos.

“Muitos terapeutas usam uma abordagem de integração sensorial (SI) que começa em um ambiente controlado e estimulante que desafia os sentidos sem sobrecarregar o paciente ou sentimentos de fracasso. Com o tempo, o objetivo é estender as respostas aprendidas e apropriadas do paciente desenvolvidas na terapia para o mundo fora da clínica: casa, escola e vida”, destaca Fabiano.

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