Todos os dias, mães e pais preparam as lancheiras de seus filhos com frutas, sucos e um sanduíche natural buscando o melhor para a saúde das crianças. No entanto, depois de alguns anos, os pequenos começam a ter muitas opções na hora do recreio, com uma verdadeira vitrine de ultraprocessados nas cantinas escolares.
As tentações são inúmeras: bolachas, biscoitos, salgadinhos, balinhas, chocolates entre vários outros.
“Os ultraprocessados são todos os produtos que envolvem diversas etapas e técnicas de processamento com vários ingredientes, muitos deles de uso industrial. Estão no dia a dia das famílias também que, com a correria, passam a consumir alimentos mais práticos, como biscoitos recheados, salgadinhos, sucos de caixinha e sucos em pó”, analisa a nutricionista Débora Sasdelli. A praticidade acaba influenciando também na vida das crianças que adoram doces e guloseimas.
De acordo com a nutricionista, os ultraprocessados apenas enganam a visão, o olfato e principalmente o paladar. “São substâncias químicas para fazer ter aquele cheiro de carne, para ter a cor de laranja ou para ter textura de bolo”, explica a especialista. Na parte nutricional, as diferenças são muitas. Eles contêm mais açúcar, gordura saturada, gordura trans, sódio e bem menos fibras, vitaminas e minerais, contribuindo para o ganho de peso e compromete a saúde.
As cantinas escolares oferecem também os processados, alimentos com adição de sal e açúcar, e os in natura que são os mais nutritivos como verduras, legumes, frutas e grãos. Mas, como saber quais são todos eles e o que as crianças estão consumindo nas escolas ?
De acordo com a nutricionista, algun serviços oferecem uma equipe de nutricionistas para cantinas escolares com acompanhamento nutricional, visita as cantinas, avalia os alimentos, sugerem alterações de cardápio para as escolas e disponibiliza para os pais, através de um aplicativo, todas as informações nutricionais dos alimentos e também mostra o que os filhos compraram em todos os dias da semana.
Com ele, é possível personalizar o cardápio para a criança, adicionando ou bloqueando itens para o caso de restrições alimentares ou até mesmo a criação de um hábito de consumo. “Ao perceber que há um produto que deseja comprar e está bloqueado, a criança vai espontaneamente até os pais para entender essa restrição. Esse é o momento certo para que os pais consigam dialogar com seus filhos, de forma natural – uma vez que a própria criança os procurou -, conscientizando sobre os alimentos mais indicados para determinadas horas do dia, ensinando e educando sem proibir estritamente”, analisa a nutricionista.