Saúde

Vamos falar sobre o câncer? A doença que em dez anos será a principal causa de morte dos brasileiros

Medicina de Precisão oferece cuidados continuados ao paciente com câncer garantindo acolhimento durante o tratamento

Vamos falar sobre o câncer? A doença que em dez anos será a principal causa de morte dos brasileiros
Foto: Grupo Oncoclíncas
Solenidade realizada no dia 27 de outubro, no Grand Hyatt, em São Paulo. 

A partir da próxima década o câncer tende ser a principal causa de morte dos brasileiros segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Na região sul do País, a doença possui prevalência entre as demais, sendo o câncer de pulmão o principal tipo de tumor e a principal causa relacionada é o tabagismo. 

Um novo tratamento para a doença é a Medicina de Precisão, onde a genômica genética é fundamental. Nela, os cuidados continuados possibilitam melhor recuperação do paciente e para aqueles, que a doença já é considerada em estágio terminal, possibilita uma melhor assistência e cuidado também com a família do paciente. “´´É principalmente indicado aos pacientes que provavelmente virão a óbito. Digamos, que é uma forma de oferecer uma morte decente por meio de uma assistência ambulatória, ou até mesmo em casa, com atendimento psicológico para o paciente e para a família. Ter o acolhimento de quem te trata nesse momento faz uma diferença enorme”, explicou o CEO do Grupo Oncoclínicas, Luis Natel. 

Sexto Simpósio Internacional do Grupo Oncoclínicas

Nos dias 26 e 27 de outubro no Grand Hyatt, em São Paulo, ocorreu o 6º Simpósio Internacional do Grupo Oncoclínicas. O evento debateu novidades de incorporação de novas tecnologias no tratamento do câncer e o futuro da oncologia no País. 

Mais de 1200 participantes, entre oncologistas, cirurgiões e clínicos, tiveram a oportunidade de participar de discussões científicas estruturadas a respeito do que há de mais moderno no tratamento de câncer. O encontro teve foco em sete módulos – mama, tórax, hematologia, pele, ginecologia, geniturinário e gastrointestinal –, todos amplamente prestigiados e com salas lotadas em todos os debates.

Novas tecnologias e a realidade brasileira

Na abertura oficial do Simpósio, o CEO do Grupo Oncoclínicas, Luis Natel, antecipou que o compartilhamento seria a tônica dos encontros: “Nossa missão é compreender a pessoa além da doença, trocar experiências para uma medicina cada vez mais integrativa”, disse.

Isso se confirmou na prática, principalmente devido a uma inovação da edição de 2018: a definição de um eixo comum como guia dos debates. “A incorporação de novas tecnologias à realidade brasileira, não só em termos de medicamentos novos, mas também em técnicas cirúrgicas e de radioterapia, permeou a discussão em todas as salas”, destacou o oncologista, Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas e Diretor Científico do Grupo Oncoclínicas.

Durante as mesas, a questão também foi abordada pelo viés da disponibilidade real. Como garantir o acesso do paciente brasileiro a essas tecnologias? Como ajudar os pacientes que não tenham facilidade de acesso? Que impacto isso terá em nosso sistema? Palestrantes e participantes dividiram muitas informações a este respeito tanto por meio de estudos quanto por relatos de suas experiências clínicas.

“Esta não é uma discussão só do Simpósio, é uma discussão do Grupo Oncoclínicas hoje: como viabilizar acesso às novas tecnologias, seja no sentido de aprová-las no Brasil, seja para tornar o custo efetivo de fato”, conta Carlos Gil, que complementa dizendo que a iniciativa foi um sucesso e deve ser usada como princípio nas próximas edições. “Acho que conseguimos colocar dentro do programa a visão do Grupo, que tenta possibilitar aos pacientes o melhor tratamento possível.”

Olhares sobre o futuro da radioterapia e a medicina genômica

Outros dois pontos altos da programação foram colocados nas mesas do Simpósio Satélite, que ocupou todas as salas simultaneamente por meio da transmissão em telões.

A primeira tratou do futuro da radioterapia, coordenada pelo rádio-oncologista Dr. Fernando Obst e com o Dr. Patrick A. Kupelian, vice-presidente de relacionamento da Varian Medical Systems e professor da Universidade da Califórnia (UCLA) como palestrante. Na segunda, o foco foi a medicina genômica aplicada à oncologia, com coordenação do Dr. Carlos Gil e participação dos debatedores o Dr. Jorge Reis Filho, Diretor de Patologia Experimental no Memorial Sloan Kettering Cancer Center em Nova Iorque (MSKCC) nos EUA , o Dr. Fernando Schmitt, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) em Portugal, e o Dr. Rodrigo Dienstmann, investigador principal do grupo Oncology Data Science (ODysSey), do Vall d’Hebron Institute of Oncology, em Barcelona, na Espanha.

Antes da realização das mesas, Luis Natel já havia antecipado na abertura oficial do evento que o investimento em genômica é uma das prioridades do Grupo Oncoclínicas. “A medicina tem que olhar para a frente. É isso que a gente faz”, justificou.

Até dezembro deverá ser anunciada a plataforma do Grupo para testes desta natureza, além da estratégia de genoma a ser desenvolvida. “É algo inovador, que não existe no Brasil. Já que o Grupo Oncoclínicas quer se tornar referência em medicina de precisão, vamos procurar oferecer o melhor teste, no custo mais acessível possível, para que os pacientes tenham acesso e nós possamos selecionar a terapia de forma adequada. E também para atendermos os pacientes com mutações raras que vão aparecer”, revelou o oncologista, Carlos Gil.

Intercâmbio internacional

Doze dos palestrantes do 6º Simpósio Internacional Grupo Oncoclínicas eram profissionais estrangeiros selecionados por meio de um acordo científico entre o Grupo Oncoclínicas e o Dana-Farber Cancer Institute. “O critério de escolha é sempre de excelência técnica”, afirma Carlos Gil, que esclarece que os nomes vieram ao Brasil para o evento são os autores dos artigos e estudos mais importantes, aqueles que mudam tratamentos e paradigmas.

Entre eles estavam o Dr. Jacob Sands, falando sobre aspectos inovadores na abordagem dos cânceres do tórax, e o Dr. Bradley McGregor, com muitas novidades a respeito do câncer de rim. Unidos ao conhecimento e à experiência dos palestrantes brasileiros, eles foram fundamentais para o alto padrão das discussões ao longo de todo o Simpósio.